Milhares de brasileiros foram surpreendidos com a suspensão de serviços de streaming pirata, conhecidos como 'gatonet', após uma operação realizada na Argentina. A ação, liderada pela Alianza Contra a Pirataria Audiovisual (ALIANZA), desmantelou uma rede que operava ilegalmente, afetando plataformas como My Family Cinema, TV Express e Eppi Cinema. Usuários relatam a interrupção dos serviços desde o último fim de semana, com muitos expressando frustração e preocupação com o dinheiro investido em assinaturas.

Fonte: UOL
O que aconteceu na Argentina?
A operação, que ocorreu em agosto em Buenos Aires, teve como alvo edifícios utilizados para a distribuição de conteúdo pirateado. A ação contou com o apoio de diversas entidades, incluindo a La Liga (liga espanhola de futebol), a Nagravisión, a Telecom Argentina e a Motion Picture Association (MPA). Estima-se que a organização movimentava entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões anualmente.
Qual o impacto no Brasil?
Apesar de a operação ter ocorrido na Argentina, o Brasil era um dos principais mercados para esses serviços de streaming ilegais. A Alianza estima que a operação desarticulou serviços que atendiam cerca de 8 milhões de usuários pagantes. Muitos usuários brasileiros estão recorrendo a plataformas como o Reclame Aqui em busca de respostas e reembolsos.
Como funcionava o 'gatonet'?
Os serviços de 'gatonet' geralmente operam através de aplicativos instalados em TV boxes piratas e smartphones. Esses aplicativos oferecem acesso a canais por assinatura e catálogos de filmes e séries sem a devida autorização. Uma estrutura comum envolve um servidor central pirata que transmite sinais de TV capturados ou libera o acesso a arquivos de mídia.
Por que é difícil combater a pirataria?
Um dos desafios no combate ao 'gatonet' é a constante atualização da lista de servidores. Quando um servidor é desativado, os usuários são redirecionados para outro que está operante. Além disso, muitos desses servidores são hospedados fora do país, o que dificulta a ação das autoridades.
Quais os riscos de usar TV Boxes não homologadas?
A Anatel alerta que as TV boxes não homologadas representam riscos que vão além da pirataria. Esses aparelhos podem interferir no funcionamento de dispositivos legítimos, permitir ataques hackers às redes dos usuários, possibilitando o roubo de senhas e dados pessoais, além de ataques cibernéticos que sobrecarregam servidores e redes.
Qual o posicionamento da Anatel?
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que não teve participação direta na operação na Argentina, mas atua constantemente em parceria com a Alianza e outras instituições no combate a serviços de streaming ilegais. Desde 2023, a Anatel lançou um plano de combate à pirataria, com foco no bloqueio de aparelhos de TV Box ilegais. Dados da agência indicam a apreensão de 1,5 milhão de TV boxes não homologados entre outubro de 2018 e maio de 2025.
O que esperar do futuro?
A ação na Argentina demonstra um esforço crescente no combate à pirataria de conteúdo audiovisual. No entanto, a complexidade e a natureza global dessas operações exigem uma colaboração contínua entre autoridades e empresas do setor. Resta saber se essa operação será um golpe duradouro nos serviços de 'gatonet' ou se novas alternativas ilegais surgirão em breve. Será que o consumidor buscará alternativas legais para consumir seus conteúdos?