O cometa 3I/Atlas, um visitante interestelar, tem gerado grande interesse e especulação, desde teorias da conspiração sobre naves alienígenas até análises científicas sobre sua composição. Descoberto em julho de 2025 pelo telescópio Atlas, financiado pela Nasa, no Chile, o cometa tem intrigado cientistas e entusiastas do espaço devido à sua origem fora do nosso Sistema Solar e características incomuns.

Fonte: BBC
O que é o 3I/Atlas?
O 3I/Atlas é o terceiro objeto interestelar já identificado, proveniente de fora do nosso Sistema Solar. Sua trajetória indica que ele veio de outro ponto da galáxia e está de passagem pelo nosso sistema, antes de seguir seu caminho para fora do nosso alcance no início do próximo ano. A velocidade do cometa, cerca de 61 km por segundo durante a descoberta, é um dos fatores que despertaram curiosidade.
Especulações e Teorias da Conspiração
Algumas características do 3I/Atlas levaram a especulações sobre sua possível natureza artificial. O astrofísico de Harvard, professor Avi Loeb, juntamente com diversos meios de comunicação e usuários de redes sociais, levantaram a possibilidade de que o cometa fosse impulsionado por tecnologia alienígena. Elon Musk e Kim Kardashian também comentaram sobre o assunto nas redes sociais, alimentando ainda mais as teorias. No entanto, a Nasa e a maioria dos astrônomos afirmam que todas as observações até agora podem ser explicadas por fenômenos naturais.
Dados e Medições
As medições do Telescópio Espacial Hubble sugerem que o diâmetro do 3I/Atlas varia entre 440 metros e 5,6 km. Houve relatos iniciais de que ele teria o tamanho da ilha de Manhattan, mas as medições mais recentes forneceram uma estimativa mais precisa. Os astrônomos acreditam que o cometa se formou durante o nascimento de um sistema estelar distante, tornando-se potencialmente o cometa mais antigo que conhecemos, com uma idade estimada em mais de 7 bilhões de anos.
Aceleração Não Gravitacional e Desgaseificação
Durante sua aproximação ao Sol, o 3I/Atlas exibiu uma aceleração não gravitacional, o que significa que ele se moveu mais rapidamente do que o esperado apenas com base na sua gravidade. Loeb sugeriu que um "motor de foguete tecnológico" poderia estar impulsionando o objeto. No entanto, muitos cientistas acreditam que essa aceleração está dentro dos parâmetros da desgaseificação, um fenômeno que ocorre quando parte do material do cometa se transforma de gelo sólido em gás, emitindo jatos de nuvens e poeira que agem como propulsores. A atividade intensa do 3I/Atlas e a rápida mudança de brilho também indicam a presença de gelo fresco e possíveis alterações químicas.
Composição Química e Mistérios
Entender a composição química do 3I/Atlas pode fornecer informações valiosas sobre o sistema estelar que o originou. Até agora, os telescópios observaram grandes quantidades de dióxido de carbono e a presença do elemento metálico níquel. Embora a presença de níquel tenha alimentado teorias sobre naves alienígenas, ele já foi descoberto em outros cometas, como o 2I/Borisov. A quantidade de níquel pode refletir o ambiente onde o 3I/Atlas se formou ou ser resultado da radiação espacial durante sua jornada interestelar.
Passagem por Marte e Observações Futuras
Em outubro de 2025, o cometa 3I/Atlas passou próximo a Marte, permitindo que diversas missões da Nasa, como o Mars Reconnaissance Orbiter e o robô Perseverance, capturassem imagens valiosas. A passagem permitiu que a sonda europeia ExoMars Trace Gas Orbiter capturasse imagens sob ângulos que telescópios terrestres não conseguem alcançar, aumentando em dez vezes a precisão das previsões sobre a trajetória futura do cometa. O cometa atingirá o ponto mais próximo da Terra em 19 de dezembro, a uma distância segura de 270 milhões de quilômetros, oferecendo uma oportunidade para novas medições e observações por astrônomos amadores.
O Futuro da Exploração Interestelar
O estudo do 3I/Atlas representa um passo importante na compreensão dos objetos interestelares. Com a chegada de novos telescópios, como o Observatório Vera Rubin, os cientistas esperam descobrir dezenas de outros objetos interestelares na próxima década. Isso permitirá uma melhor compreensão dos tipos de estrelas que formam planetas e das composições comuns, além de contextualizar melhor o nosso Sistema Solar no universo. Apesar das teorias da conspiração, o estudo do cometa 3I/Atlas oferece uma oportunidade valiosa para expandir nosso conhecimento sobre o universo e suas origens.