O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, alertou neste sábado sobre a urgência do Brasil em avançar nas negociações para remover a sobretaxa de 40% ainda aplicada a diversos itens de exportação para os Estados Unidos. A declaração surge após a decisão americana de retirar a tarifa de 10% para alguns produtos agrícolas brasileiros, expondo a necessidade de o país garantir condições competitivas no mercado americano.

Fonte: VEJA
Impacto da Redução Tarifária Americana
A análise preliminar da CNI indica que a redução de tarifas anunciada pelos EUA se aplica a 80 itens exportados pelo Brasil, representando US$ 4,6 bilhões em exportações em 2024, cerca de 11% do total. No entanto, a CNI alerta que apenas quatro itens (castanha do Pará e três tipos de suco de laranja) serão totalmente isentos de tarifas. Os outros 76 itens, incluindo carne bovina e café não torrado, ainda enfrentarão uma tarifa de 40%.
A Competitividade Brasileira no Mercado Americano
Ricardo Alban enfatizou que países sem a sobretaxa de 40% terão uma vantagem competitiva maior ao vender para os EUA. “É muito importante negociar o quanto antes um acordo para que o produto brasileiro volte a competir em condições melhores no principal destino das exportações industriais brasileiras”, afirmou o presidente da CNI.
Negociações em Andamento
As negociações para a redução das tarifas são conduzidas pelo chanceler Mauro Vieira e pelo secretário do Departamento de Estado dos EUA, Marco Rubio. A redução das tarifas está associada à elevação dos preços dos produtos brasileiros nos EUA, resultado das tarifas impostas anteriormente. A iniciativa de Donald Trump, ao retirar a tarifa básica, visa reduzir o custo de vida dos norte-americanos, após aumentos significativos nos preços de produtos como carne e café.
Posicionamento de Donald Trump
Em contraponto, o ex-presidente Donald Trump declarou que não acredita que serão necessárias mais reduções tarifárias, argumentando que os EUA ganharão "muito dinheiro" com as tarifas. Ele mencionou que a China comprará grande quantidade de soja americana e que altos funcionários americanos conversaram com representantes chineses. Sobre os produtos com tarifas reduzidas, Trump alegou que não são competitivos em território americano e, portanto, não há indústria a ser protegida.
Próximos Passos e Perspectivas
Qual o futuro das negociações tarifárias entre Brasil e EUA? A busca por um acordo que beneficie as exportações brasileiras continua sendo uma prioridade, visando garantir a competitividade dos produtos nacionais no mercado americano. O cenário permanece dinâmico, com declarações divergentes e negociações em andamento, o que exige acompanhamento constante para entender os desdobramentos e impactos para a economia brasileira.