Edmilson Marques de Oliveira, conhecido como 'Cria', apontado como chefe do Terceiro Comando Puro (TCP) no Complexo da Maré, foi morto em operação emergencial da Polícia Civil nesta sexta-feira (26) no Rio de Janeiro. A ação visava impedir um confronto entre facções rivais, após a polícia identificar uma movimentação atípica de criminosos. Cria havia assumido o comando da facção em maio, após a morte de Thiago da Silva Folly, o TH.
Fonte: G1
Operação Policial e Confronto
A Polícia Civil informou que a operação foi desencadeada após identificar uma movimentação de criminosos da Maré com o objetivo de retomar o Morro dos Macacos, em Vila Isabel, que está sob o controle do Comando Vermelho (CV). Equipes foram enviadas para impedir o confronto, resultando em troca de tiros e a morte de Cria.
Quem era 'Cria'?
Edmilson Marques de Oliveira, também conhecido como Di Ferro, era considerado um dos principais articuladores de disputas territoriais entre facções no Rio de Janeiro. Contra ele, existiam três mandados de prisão em aberto. Segundo a polícia, Cria era temido na região e vinha sendo monitorado pelas forças de segurança há meses.
"Ele matava não só adversários, ele matava moradores, adolescentes, e há relatos inclusive de que ele matou uma pessoa idosa. Ele era conhecido como o homem da guerra e que planejava todas essas guerras por disputa territorial", afirmou o secretário de Polícia, Felipe Curi.
Aliança com Facção do Ceará
Na semana anterior à sua morte, Cria apareceu em um vídeo celebrando uma aliança entre o TCP e a facção Guardiões do Estado (GDE), do Ceará, contra o Comando Vermelho. Nas imagens, ele aparece empunhando um fuzil e cercado por outros homens armados, convocando criminosos de outros estados para se juntarem à luta contra o CV. “Quem quiser vir, pode vir; se fechar com a gente, as portas estão abertas. Agora, se for contra a gente, vão matar todo mundo”, disse Cria no vídeo.
Violência e Terror na Maré
Moradores da Maré relataram que a ascensão de Cria ao poder foi marcada por episódios de violência e terror. Ele era acusado de ordenar a execução de pessoas na comunidade por motivos banais, como a morte de um homem que o teria derrotado em um jogo de cartas. Após uma discussão, o traficante determinou que ele ficasse em casa, em uma espécie de prisão domiciliar. Dias depois, quando o homem saiu à rua, Cria foi avisado e o executou.
Impacto na Comunidade
A morte de Cria gerou reações diversas na comunidade da Maré. Enquanto alguns moradores expressaram alívio pelo fim do terror imposto pelo traficante, outros temem uma escalada da violência com a disputa pelo controle do território. As autoridades policiais prometem manter a presença na região para garantir a segurança da população.
Impacto no Trânsito e Serviços
A operação policial causou interdições nas vias expressas Linha Vermelha e Linha Amarela, impactando o trânsito na região. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) chegou a orientar que trabalhadores, estudantes e usuários não acessassem o campus Maré. Uma unidade de Atenção Primária de saúde precisou interromper o funcionamento para garantir a segurança de profissionais e usuários.
Desdobramentos
A Polícia Civil continua as investigações para identificar e prender outros membros da facção TCP que atuam no Complexo da Maré. A morte de Cria abre um vácuo na liderança do grupo, o que pode gerar novos conflitos e disputas internas pelo poder.
A Secretaria de Polícia reforçou o policiamento na região e intensificou o monitoramento das atividades criminosas para evitar novos confrontos e garantir a segurança da população. A ação faz parte de uma estratégia mais ampla de combate ao crime organizado no Rio de Janeiro.
A população se questiona: qual será o futuro da segurança pública no Complexo da Maré?
A polícia permanece em alerta máximo para evitar novas investidas do crime organizado e garantir a segurança dos moradores da região.