Tiroteio na Maré: Adolescente Baleado e UFRJ Atingida no Rio

Um tiroteio no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (26), resultou em um adolescente de 12 anos baleado dentro de uma escola municipal e pânico na UFRJ, com relatos de balas perdidas atingindo salas de aula. A operação policial, que visava impedir a invasão de uma facção rival, deixou três mortos e impactou o trânsito na Linha Amarela.

O Que Aconteceu na Maré?

O confronto ocorreu durante uma operação da Polícia Civil que, segundo a corporação, tinha como objetivo impedir a invasão de uma comunidade do Complexo da Maré por traficantes de uma facção rival. A ação policial resultou na morte de três suspeitos, apontados como seguranças de uma liderança do tráfico, e na prisão de outro. Dois fuzis e pistolas foram apreendidos.

O adolescente baleado, estudante do 6º ano da escola municipal Hélio Smidt, foi atingido na perna esquerda enquanto estava no pátio da escola. Ele foi socorrido e transferido para o Hospital Getúlio Vargas, onde não corre risco de vida, segundo a secretaria municipal de Educação.

Impacto na Linha Amarela e UFRJ

O tiroteio causou o fechamento intermitente da Linha Amarela, uma das principais vias expressas do Rio, por mais de três horas. A via chegou a ser totalmente interditada em ambos os sentidos, causando grande congestionamento.

Na Cidade Universitária, campus da UFRJ, uma bala perdida atingiu a parede de uma sala de aula do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, que estava ocupada por estudantes. Outro disparo atingiu um banheiro feminino de outro prédio. As aulas foram suspensas nos turnos da tarde e da noite no campus da ilha do Fundão. Estudantes que perderam provas terão direito à segunda chamada, e alunos que não foram à aula terão abono de faltas.

Repercussão e Medidas Adotadas

Além da suspensão das aulas na UFRJ e nas escolas públicas da Maré, as unidades de saúde do complexo de favelas também fecharam as portas por segurança. A Fiocruz acionou o Plano de Contingência, elevando o alerta para nível 3 de segurança e orientando que ninguém saia da unidade.

Como a população reagiu?

Moradores relataram momentos de pânico e buscaram refúgio durante o tiroteio. Um gari da Comlurb, que estava cortando grama, precisou se proteger debaixo de um viaduto. Um vendedor de doces também se abrigou no local. Apesar da situação, milhares de torcedores do Flamengo mantiveram a programação do "Aerofla", evento de despedida da delegação que embarca para Lima, no Peru, para a final da Libertadores.

Diante da violência, a Polícia Militar montou um esquema especial de segurança para o deslocamento da delegação do Flamengo até o aeroporto do Galeão, com um cinturão de segurança ao longo dos 45 km previstos no trajeto. Foram mobilizados 345 policiais.

A violência no Complexo da Maré expõe, mais uma vez, a complexidade da segurança pública no Rio de Janeiro e os desafios enfrentados pela população que vive em áreas de conflito. Qual o futuro das crianças e jovens expostos a essa realidade?

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