A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação para desmantelar um esquema de corrupção envolvendo fraudes em licitações com verbas federais. As investigações revelaram que termos como “café”, “mimos” e “convites de festa” eram usados para disfarçar o pagamento de propinas. O caso, que mira contratos milionários do Ministério da Educação, também envolve a ex-nora de Lula e um ex-sócio de Lulinha.

Fonte: VEJA
Detalhes da Operação Coffee Break
A operação, batizada de Coffee Break devido ao uso da palavra "café" para se referir à propina, cumpriu 50 mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva em São Paulo, Distrito Federal e Paraná. A investigação, que conta com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Militar, apura fraudes que operavam desde 2021.
Como Funcionava o Esquema?
As investigações apontam que as prefeituras de Sumaré (SP), Hortolândia (SP), Morungaba (SP) e Limeira (SP) contrataram a empresa Life Tecnologia Educacional para fornecimento de kits e livros escolares com recursos públicos. O esquema envolvia:
- Contato de André Mariano, proprietário da Life Tecnologia Educacional, com secretários de educação e servidores municipais.
- Vitória da empresa nas licitações com indícios de pagamento de propina.
- Elaboração de termos nos editais que favoreciam apenas os produtos da Life.
- Superfaturamento de até 35 vezes o preço de aquisição dos produtos.
- Direcionamento de grandes quantias para empresas de fachada controladas por doleiros.
- Lavagem de dinheiro para gerar quantias em espécie para o pagamento de propinas, referidas como "café".
O Vocabulário Cifrado da Propina
A PF identificou que os envolvidos utilizavam um vocabulário próprio para se referir à propina e operações ilegais. Além de "café", foram identificados termos como "mimos", "alpha", "pega", "encomenda" e "convites de festa". O termo “café” foi registrado ao menos 104 vezes em agendamentos de André Mariano, muitas vezes seguido do município ou nome do beneficiário e o valor da propina. O termo "Alpha" estaria associado a encontros em Alphaville (SP), onde doleiros entregavam dinheiro vivo a Mariano.
Conexões Políticas e Empresariais
A investigação da PF também cita a ex-nora de Lula, Carla Ariane Trindade, e um ex-sócio de Lulinha na Gamecorp, Kalil Bittar. Ambos teriam atuado para defender os interesses dos investigados por corrupção e desvio de recursos públicos.
Próximos Passos
Com a operação deflagrada e os mandados cumpridos, a Polícia Federal continua a investigação para aprofundar o conhecimento sobre o esquema e identificar todos os envolvidos. A expectativa é que a análise do material apreendido revele mais detalhes sobre o funcionamento da organização criminosa e o destino dos recursos desviados. Qual será o impacto destas revelações no cenário político e educacional das cidades envolvidas?