A Petrobras anunciou um lucro líquido de R$ 32,7 bilhões no terceiro trimestre de 2025, um aumento de 0,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Este desempenho, impulsionado por um recorde na produção e exportação de petróleo, permitirá a distribuição de R$ 12,1 bilhões em dividendos. Mas como a companhia conseguiu esse feito em meio a flutuações nos preços do petróleo?
Fonte: Folha de S.Paulo
Desempenho Financeiro Detalhado
Apesar do lucro geral apresentar um ligeiro aumento, ao excluir eventos extraordinários, observa-se uma queda de 6,1%, resultando em um lucro de R$ 28,5 bilhões. No entanto, a performance da Petrobras ao longo do ano é notável, acumulando um lucro total de R$ 94,5 bilhões e distribuindo R$ 32,4 bilhões em dividendos.
Produção e Exportação em Números Recordes
No terceiro trimestre, a Petrobras alcançou um marco histórico na produção, atingindo 3,14 milhões de barris de óleo e gás por dia, um crescimento de 3,19% em relação ao ano anterior. Esse volume superou o recorde anterior de 3,09 milhões de barris por dia registrado no quarto trimestre de 2019. Esse aumento na produção também impulsionou as exportações de petróleo, que alcançaram um recorde de 814 mil barris por dia. Incluindo a venda de derivados, a companhia superou a marca de um milhão de barris exportados diariamente.
Impacto nos Dividendos e Remuneração aos Acionistas
O Conselho de Administração da Petrobras aprovou o pagamento de R$ 12,16 bilhões em dividendos intercalares, equivalentes a R$ 0,94320755 por ação ordinária e preferencial. Esses dividendos serão distribuídos em duas parcelas, em fevereiro e março de 2026. A definição da forma de distribuição (dividendos e/ou juros sobre capital próprio) ocorrerá até 11 de dezembro de 2025.
Análise do Ebitda e Receita de Vendas
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) ajustado da Petrobras totalizou US$ 11,73 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de 2,2% em relação ao mesmo período de 2024. A receita de vendas atingiu US$ 23,48 bilhões, representando um aumento de 0,5% na comparação anual e 11,6% em relação ao trimestre anterior.
Investimentos e Desafios
A Petrobras investiu US$ 5,5 bilhões (R$ 30 bilhões) no terceiro trimestre, um aumento de 23,7% em relação ao ano anterior, com foco principal na exploração e produção. Apesar dos resultados positivos, a empresa enfrentou desafios, como a queda nos preços do petróleo e defasagens nos preços do diesel, enquanto praticava preços de gasolina acima das cotações internacionais.
A produção de combustíveis pela companhia caiu 1,5%, para 1,79 milhão de barris por dia, com grande impacto da gasolina, que passou a ter mais etanol em sua mistura. As vendas de combustíveis no mercado interno, porém, cresceram 1,9% no perÃodo, para 1,8 milhão de barris por dia. A receita de vendas da companhia caiu 1,3% no trimestre, para R$ 127,9 bilhões.
Declarações da Diretoria
"A Petrobras está gerando resultados financeiros positivos e retorno aos seus acionistas, mesmo diante do novo patamar de preços do petróleo", afirmou o diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, ressaltando que o petróleo Brent caiu US$ 11 por barril em 12 meses.
Melgarejo também destacou o aumento da eficiência e a superação da capacidade nominal do FPSO Almirante Tamandaré.
O Futuro da Petrobras: Qual o Próximo Capítulo?
Com os recordes de produção e exportação, a Petrobras demonstra resiliência em um mercado global volátil. A distribuição de dividendos robustos sinaliza confiança na saúde financeira da empresa. No entanto, desafios como a gestão dos preços dos combustíveis e a adaptação às novas demandas energéticas exigirão estratégias inovadoras. Qual será o impacto das decisões estratégicas da Petrobras no mercado de energia brasileiro e global nos próximos anos? E como a companhia pretende equilibrar os interesses dos acionistas com as demandas da sociedade por uma transição energética sustentável? A empresa investiu US$ 14 bilhões (R$ 76 bilhões) no ano, alta de 28,9% em relação ao mesmo perÃodo do ano anterior. Quase a totalidade do valor foi destinado ao segmento de exploração e produção, com investimentos em plataformas e equipamentos submarinos.