O Ministério Público (MP) solicitou ao Tribunal de Contas da União (TCU) uma investigação minuciosa sobre a fiscalização do Banco Master pelo Banco Central (BC). O pedido, formalizado pelo subprocurador-geral Lucas Furtado, busca apurar possíveis falhas ou omissões por parte do BC na supervisão do banco, que teve sua liquidação extrajudicial decretada recentemente. A representação também visa avaliar se a liquidação do Banco Master representa um risco sistêmico para o sistema financeiro nacional.
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Fonte: G1
TCU e a Apuração da Fiscalização
Furtado enfatiza a necessidade de o TCU acompanhar de perto o processo de liquidação extrajudicial do Banco Master. Além disso, sugere medidas para fortalecer o setor de fiscalização bancária em âmbito nacional. Uma auditoria operacional no BC é recomendada para avaliar a eficácia dos processos de supervisão e fiscalização adotados atualmente, buscando identificar possíveis falhas ou omissões que possam ter contribuído para a situação.
Responsabilização e Estabilidade do SFN
O subprocurador do MP ressalta a importância de responsabilizar agentes públicos e privados que, por ação ou omissão, tenham contribuído para as irregularidades. A proteção do interesse público e a preservação da estabilidade do Sistema Financeiro Nacional (SFN) são pilares fundamentais nesse processo. A representação do MP junto ao TCU busca garantir que todos os envolvidos sejam devidamente responsabilizados por eventuais falhas na fiscalização e supervisão do Banco Master.
Risco Sistêmico e Impacto no Sistema Financeiro
Furtado argumenta que a liquidação extrajudicial de um banco do porte do Master pode gerar "impactos profundos e de grande magnitude" no sistema financeiro nacional. Esse cenário, segundo ele, tem o potencial de desencadear um risco sistêmico de proporções significativas, afetando diversos agentes econômicos, como credores, investidores e correntistas.
Vulnerabilidade e Confiança Pública
O subprocurador destaca que os mais vulneráveis são, em última instância, os mais prejudicados, arcando com os ônus decorrentes de falhas regulatórias e de supervisão. A situação, conforme Furtado, compromete a confiança do público no funcionamento das instituições financeiras e na capacidade do Estado de garantir a segurança do sistema. A investigação busca, portanto, restaurar a confiança e assegurar a proteção dos interesses dos cidadãos.
Vorcaro e o Esquema de 'Carteiras Podres'
Segundo decisão judicial, Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, liderou um esquema com carteiras "podres" emitidas por empresas de fachada. A decisão que determinou a prisão de Vorcaro, da 10ª Vara Federal de Brasília, afirma que ele, na posição de gestor do Master, tinha notória liderança nas suspeitas sob investigação. O juiz Ricardo Leite justificou a necessidade da prisão devido à gravidade da conduta e ao risco de desequilíbrio no sistema financeiro nacional.
Defesa e Acusações
A defesa de Vorcaro apresentou um pedido de revogação da prisão, negando a intenção de fuga e argumentando que o bloqueio de bens já evita riscos. Investigadores, no entanto, apontaram um plano de voo para Malta, levantando suspeitas de fuga. A defesa rebateu, alegando que Malta seria apenas uma contingência logística para reabastecimento do voo até Dubai.
Vazamento de Imagens e Crise na PF
O vazamento de imagens da prisão de Daniel Vorcaro no Aeroporto de Guarulhos gerou uma crise interna na Polícia Federal (PF). A cúpula da PF cobrou a equipe responsável, alegando que as fotos expuseram Vorcaro e o policial envolvido na abordagem. A divulgação de imagens de operações tem sido criticada pelo governo Lula, que reprova a "espetacularização" dessas ações.
Conclusão
A investigação sobre a fiscalização do Banco Master pelo BC ganha novos contornos com o pedido do Ministério Público ao TCU e as acusações contra Daniel Vorcaro. Os desdobramentos do caso prometem impactar o sistema financeiro nacional e reacender o debate sobre a necessidade de maior transparência e rigor na supervisão das instituições financeiras. Quais serão os próximos passos dessa investigação e como ela influenciará a confiança no sistema financeiro?