O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, registrou um aumento de apenas 0,09% em outubro, de acordo com dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (11). Este resultado representa a menor taxa para um mês de outubro desde 1998, quando o índice foi de 0,02%. A principal razão para essa desaceleração foi a queda no preço da energia elétrica residencial.
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Fonte: G1
Desempenho Setorial Detalhado
Apesar da queda geral, nem todos os setores apresentaram retração. O grupo Vestuário liderou o aumento dos preços, com uma alta de 0,51%, contribuindo com 0,02 ponto percentual no índice geral. Em contrapartida, a Habitação apresentou queda de 0,30% influenciada pela já mencionada redução na energia elétrica. Mas, afinal, quais outros fatores influenciaram essa dinâmica?
Impacto da Energia Elétrica
A energia elétrica residencial, especificamente, registrou uma queda de 2,39%. Segundo Fernando Gonçalves, gerente do IPCA, essa diminuição se deve à mudança na bandeira tarifária, que passou da vermelha patamar 2 para a vermelha patamar 1, reduzindo a cobrança extra por kWh consumido.
Alimentação e Bebidas: Estabilidade
O grupo Alimentação e bebidas, que possui o maior peso na inflação, apresentou uma variação mínima de 0,01%, interrompendo uma sequência de quedas. A alimentação em casa recuou 0,16%, com destaque para a queda nos preços do arroz (-2,49%) e do leite longa vida (-1,88%). Por outro lado, a batata-inglesa (8,56%) e o óleo de soja (4,64%) ficaram mais caros.
Análise Comparativa e Acumulados
Em comparação com setembro, houve uma desaceleração de 0,39 ponto percentual, já que no mês anterior os preços haviam subido 0,48%. O resultado de outubro também ficou abaixo das expectativas do mercado, que previa um aumento entre 0,10% e 0,16%. No acumulado de 2025, a inflação oficial do país está em 3,73%, e nos últimos 12 meses, em 4,68%. Em outubro de 2024, o IPCA havia avançado 0,56%.
Outras Variações Notáveis
Outros itens que contribuíram para conter a inflação em outubro incluem a queda no preço de aparelhos telefônicos (-2,54%) e no seguro de carros (-2,13%). No grupo Transportes (0,11%), o aumento veio principalmente das passagens aéreas (4,48%) e dos combustíveis (0,32%). O óleo diesel foi o único a cair (-0,46%), enquanto etanol (0,85%), gás veicular (0,42%) e gasolina (0,29%) tiveram leve alta.
“A energia elétrica residencial ficou 2,39% mais barata, segundo IBGE. Segundo Fernando Gonçalves, gerente do IPCA, isso aconteceu porque a bandeira tarifária mudou: saiu da vermelha patamar 2, que cobrava R$ 7,87 a mais a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, para a vermelha patamar 1, com cobrança extra menor, de R$ 4,46.”
Implicações e Próximos Passos
A desaceleração da inflação em outubro, atingindo o menor patamar em 27 anos para o mês, é um alívio para o bolso do consumidor brasileiro. Resta saber se essa tendência de queda persistirá nos próximos meses, influenciada por fatores como a política monetária e o cenário econômico global. Acompanhar os próximos dados do IPCA será crucial para entender a trajetória da inflação no país.