O Ibovespa registrou uma leve queda de 0,30%, fechando aos 156.522 pontos nesta terça-feira, influenciado pela aversão global ao risco e pelas tensões decorrentes da liquidação extrajudicial do Banco Master. Em Nova York, as perdas foram mais acentuadas, com o Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuando 1,07%, 0,83% e 1,21%, respectivamente. A situação do Banco Master pressionou principalmente as ações do setor bancário, gerando incertezas sobre as contribuições ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
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Fonte: Valor Econômico
Impacto da Liquidação do Banco Master
A liquidação extrajudicial do Banco Master, anunciada pelo Banco Central, desencadeou uma onda de cautela entre os investidores, especialmente no setor bancário. As ações ordinárias do Banco do Brasil recuaram 2,76%, enquanto Bradesco PN cedeu 1,19% e as units do BTG Pactual caíram 1,11%. O Itaú PN também sentiu o impacto, com uma contração de 0,50%. O giro financeiro da sessão foi limitado, totalizando R$ 16,4 bilhões no Ibovespa e R$ 23,3 bilhões na B3.
Fernando Siqueira, chefe de pesquisa da Eleven Financial, avalia que o impacto do caso Master será relativamente pequeno para o setor, mas alguns bancos, como Bradesco e Banco do Brasil, podem ser mais afetados devido a seus “valuations” mais baixos e menor capitalização.
“Com lucros menores, o impacto para BB e Bradesco é relativamente maior em relação a outros bancos”, aponta Siqueira.
Ainda não está claro o valor exato que os bancos deverão contribuir para o FGC. Siqueira estima que possa ser algo em torno de 10% a 15% da capitalização. Outro participante do mercado sugere que BB e Bradesco podem contribuir com cerca de R$ 8 bilhões cada, representando 6% e 4% de sua capitalização, respectivamente. Essa recomposição do FGC deve ocorrer gradualmente.
Cenário Global e Big Techs
No cenário global, as incertezas em relação às big techs continuam a influenciar o mercado. A reação global é menos relacionada a eventos específicos, como a emissão de bonds da Amazon, e mais ao contexto geral de euforia e saturação do mercado após um período de alta. A Eleven Financial já vinha adotando uma postura cautelosa em relação às ações americanas desde o início do ano, devido ao movimento de rotação de portfólios, com a saída de recursos dos EUA para outras geografias. Esse fluxo tem sustentado o avanço do Ibovespa ao longo de 2025 e deve permanecer, especialmente com a expectativa de queda da Selic no primeiro trimestre do ano que vem.
Reação do Mercado e Perspectivas Futuras
Apesar da leve queda, o Ibovespa demonstra resiliência, sustentado pela expectativa de continuidade do fluxo de recursos de outras geografias e pela perspectiva de queda da Selic. A liquidação extrajudicial do Banco Master adicionou um elemento de cautela, mas o mercado parece confiante na capacidade do FGC de honrar os depósitos e na solidez do sistema financeiro como um todo.
O que esperar do futuro?
O mercado aguarda os próximos passos do Banco Central em relação à recomposição do FGC e a divulgação de mais informações sobre o impacto da liquidação do Banco Master nas instituições financeiras. A atenção também se volta para o cenário global, com os investidores monitorando de perto os resultados das big techs e as políticas monetárias dos principais bancos centrais. A capacidade de adaptação e a busca por novas oportunidades serão cruciais para o desempenho do Ibovespa nos próximos meses.
Outros Fatores que Influenciaram o Mercado
- Aversão ao Risco Global: Preocupações com as big techs e a economia global impactaram negativamente os mercados.
- Liquidação do Banco Master: Incertezas sobre o impacto no setor bancário e as contribuições ao FGC.
- Expectativa da Selic: A perspectiva de queda da Selic no primeiro trimestre de 2026 continua a ser um fator positivo para o mercado.
Em resumo, o Ibovespa enfrentou um dia de desafios, mas a resiliência do mercado e a expectativa de melhora no cenário econômico oferecem perspectivas positivas para o futuro. Qual será o impacto de longo prazo da situação do Banco Master no setor financeiro brasileiro?