O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou nesta quinta-feira, 27 de novembro de 2025, que os dados recentes indicam um desaquecimento “lento e gradual” da economia brasileira. Durante um evento do Itaú Asset em São Paulo, Galípolo ressaltou que o BC manterá a taxa de juros no patamar necessário para alinhar as expectativas de inflação à meta de 3%. A instituição segue vigilante quanto aos impactos das tarifas impostas pelos EUA e o avanço da inteligência artificial (IA).
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Fonte: O Globo
Desaquecimento Lento e Gradual
Galípolo enfatizou que o ritmo de desaceleração da economia, embora lento, evita uma retração abrupta. Ele observou que a trajetória da inflação está seguindo o “plano de voo” imaginado pelo BC. No entanto, expressou o desejo de uma convergência mais rápida da inflação.
Política Monetária e Medidas Fiscais
O presidente do BC comentou que medidas consideradas neutras do ponto de vista orçamentário têm estimulado a demanda, exercendo pressão inflacionária. Ele destacou a importância de monitorar a inflação de serviços, que permanece incompatível com a meta estabelecida.
Inflação de Serviços e Mercado de Trabalho
Segundo Galípolo, o atual nível de emprego sugere que os preços no setor de serviços deveriam estar mais pressionados. Ele também mencionou que a trajetória da inflação está em linha com o imaginado pela autarquia em seu “plano de voo”.
Impactos Internacionais e Inteligência Artificial
Além das questões domésticas, Galípolo abordou as incertezas sobre os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos e os potenciais impactos da inteligência artificial no mercado de trabalho e nos preços. Ele ressaltou a necessidade de vigilância constante diante desses fatores externos.
Credibilidade e Construção Coletiva
Galípolo destacou que a credibilidade do Banco Central é uma construção coletiva, beneficiada pelo trabalho dos técnicos da instituição ao longo do tempo. Ele ressaltou a importância da humildade na comunicação e da transparência em relação ao que o BC está observando.
Variáveis Macroeconômicas e Desempenho do Crédito
O presidente do BC observou que as correlações das variáveis macroeconômicas no Brasil têm apresentado surpresas. Apesar da taxa de juros nominal de 15%, o desemprego continua caindo, atingindo níveis baixos. Ele ressaltou que o mercado de crédito continua crescendo de maneira surpreendente, demandando vigilância e conservadorismo na condução da política monetária.
Cenário Fiscal e Expectativas Desancoradas
Galípolo avaliou que a percepção de um fiscal estimulativo está presente nas expectativas desancoradas, o que pode explicar a diferença entre as projeções do mercado e do BC. Ele apontou que medidas apresentadas como neutras do ponto de vista do Orçamento podem ter impacto na demanda.
Funding Imobiliário e Potência da Política Monetária
O presidente do Banco Central mencionou o novo modelo de funding imobiliário, lançado pelo governo em outubro, como uma ação para reduzir subsídios e distorções que bloqueiam o canal de transmissão dos juros. Ele afirmou que a medida tende a aumentar a potência da política monetária.
Eleições e Vigilância Contínua
Galípolo mencionou que anos de eleição podem apresentar maior volatilidade, mas o BC não faz juízo de valor sobre o que será feito a partir da eleição, focando em como isso afeta a demanda, a inflação corrente e as expectativas. Ele enfatizou que o BC seguirá vigilante e fará os ajustes necessários em função dos fatos que possam ocorrer.
Conclusão: Rumo à Meta Inflacionária
Em suma, Gabriel Galípolo reafirmou o compromisso do Banco Central com a meta de inflação de 3%, sinalizando que a política monetária será mantida restritiva pelo tempo necessário. A instituição monitora de perto os indicadores econômicos, os impactos de fatores externos e o cenário fiscal, buscando garantir a estabilidade da economia brasileira.