EUA e Argentina selam acordo comercial com impacto no Mercosul

Os Estados Unidos e a Argentina firmaram um acordo comercial preliminar, com potencial impacto no Mercosul, visando a redução de tarifas sobre produtos específicos. O anúncio foi feito na quinta-feira (13) e envolve também Equador, El Salvador e Guatemala. A medida, segundo autoridades americanas, busca reduzir os preços de itens como café e banana para os consumidores dos EUA. Mas quais os desdobramentos desse acordo para o Brasil e o Mercosul?

Detalhes do Acordo

O acordo entre EUA e Argentina prevê a abertura do mercado argentino para produtos e serviços americanos, incluindo medicamentos, veículos, equipamentos médicos e produtos agrícolas, como carne bovina. Em contrapartida, os EUA removerão tarifas sobre certos insumos naturais e produtos farmacêuticos não patenteados. A expectativa é que a Argentina aumente a cota de exportação de carne bovina, sem tarifas, de 20 mil para 80 mil toneladas.

Impacto no Mercosul e no Brasil

Enquanto Argentina, Equador, El Salvador e Guatemala celebram acordos com os EUA, o Brasil, que enfrenta sobretaxas de 50% em alguns produtos, não foi incluído nas negociações. Essa situação levanta questionamentos sobre o futuro do Mercosul e a estratégia de negociação do Brasil com os Estados Unidos. A exclusão do Brasil pode gerar um desequilíbrio na região, afetando a competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

Reações e Perspectivas

O chanceler argentino, Pablo Quirno, expressou otimismo em relação ao acordo, afirmando que ele criará condições para aumentar os investimentos dos EUA na Argentina e ampliar o comércio bilateral. Já nos Estados Unidos, o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, declarou que as medidas visam reduzir os preços de produtos importados, como café e banana, beneficiando os consumidores americanos.

O que esperar?

Ainda é cedo para avaliar o impacto total do acordo entre EUA e Argentina no Mercosul. No entanto, a exclusão do Brasil das negociações e o potencial aumento da competitividade dos produtos argentinos no mercado americano acendem um alerta para o governo brasileiro. A expectativa é que o Brasil busque novas negociações com os EUA para garantir a competitividade de seus produtos e evitar um desequilíbrio na região. O governo Trump sinalizou a intenção de negociar um acordo com o Brasil em um prazo de 60 a 90 dias, o que pode mitigar os efeitos negativos da exclusão inicial.

Acordos com os Demais Países

Além da Argentina, os EUA também firmaram acordos com Equador, El Salvador e Guatemala. Com o Equador, o entendimento visa reduzir ou eliminar tarifas sobre máquinas, veículos, produtos de saúde, tecnologia e itens agrícolas dos EUA. A Guatemala se comprometeu a remover barreiras não tarifárias que afetam exportações dos EUA. El Salvador aceitou eliminar barreiras administrativas a produtos dos EUA. Em troca, os EUA retirarão tarifas sobre alguns produtos desses países, como têxteis e bens agrícolas.

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