Diesel: Aumento do ICMS em 2026 pressiona preços e logística

O aumento do ICMS sobre o diesel, previsto para janeiro de 2026, promete impactar diretamente os custos de frotistas, transportadoras e, consequentemente, os consumidores. Anunciado pelo Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), o reajuste de R$ 0,05 por litro eleva o imposto de R$ 1,12 para R$ 1,17, revertendo a leve queda observada no preço do diesel em 2025 e acendendo o alerta para uma possível alta na inflação. Mas, qual será o impacto real no bolso do consumidor?

Impacto Imediato e Inflação

Segundo Vitor Sabag, especialista em combustíveis do Gasola by nstech, os postos de combustíveis tendem a repassar o novo valor do ICMS assim que a tabela atualizada é recebida. Isso significa que o aumento será sentido quase que imediatamente por frotistas e caminhoneiros no momento do abastecimento.

A longo prazo, o impacto se estende aos custos logísticos, influenciando a precificação de alimentos, bens de consumo e produtos industrializados. Considerando que a maior parte da distribuição de mercadorias no Brasil é realizada por meio do transporte rodoviário, o aumento no preço do diesel afeta toda a cadeia produtiva e, inevitavelmente, chega ao consumidor final, elevando a inflação.

Gestão Eficiente como Estratégia

Diante desse cenário, a gestão eficiente se torna crucial para mitigar os efeitos do aumento do combustível. Sabag recomenda o monitoramento constante dos preços por região, buscando oportunidades de economia. Negociações estratégicas com fornecedores e a escolha criteriosa dos postos de abastecimento também podem fazer a diferença no orçamento das transportadoras. O planejamento detalhado do abastecimento de cada viagem, evitando gastos desnecessários e otimizando o uso dos recursos, é outra medida importante.

Cenário Político e Volatilidade

O cenário político de 2026, com eleições no horizonte, também pode influenciar os reajustes nos preços dos combustíveis. Decisões da Petrobras, por exemplo, podem aumentar a volatilidade ou até mesmo segurar os preços de forma artificial. No entanto, o aumento de R$ 0,05 no ICMS já é suficiente para anular a queda acumulada no preço do diesel até outubro de 2025.

Atualização dos Preços Médios dos Combustíveis

Em um cenário de constantes flutuações nos preços dos combustíveis, o Confaz divulgou a atualização do PMPF (Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final) para os Estados e o Distrito Federal. Os novos valores, que servem como base para o cálculo do ICMS, entrarão em vigor a partir de 1º de dezembro de 2025. A tabela inclui preços para diversos combustíveis, como gasolina comum, gasolina premium, diesel, GLP (gás liquefeito de petróleo), QAV (querosene de aviação), AEHC (álcool etílico hidratado combustível), GNV (gás natural veicular) e GNI (gás natural industrial).

Disparidades Regionais

A tabela do Confaz revela significativas disparidades nos preços dos combustíveis entre os diferentes estados brasileiros. Por exemplo, Roraima apresenta o maior preço para o QAV (R$ 6,85 por litro), enquanto o Rio de Janeiro registra o menor valor (R$ 2,44). No caso do AEHC, o Amazonas tem o preço mais elevado (R$ 5,44 por litro), e São Paulo, o menor (R$ 4,10/litro). O Distrito Federal se destaca com o GNV mais caro do país (R$ 6,78 por m³), enquanto o Amazonas oferece o menor valor (R$ 2,92 por m³). Essas diferenças de preços refletem as particularidades de cada região, como custos de transporte, impostos estaduais e políticas de distribuição.

O aumento do ICMS no diesel, somado à volatilidade do mercado de combustíveis e às disparidades regionais, exige atenção e planejamento por parte de todos os agentes da cadeia de suprimentos. A gestão eficiente, o monitoramento constante dos preços e a busca por alternativas de economia são fundamentais para mitigar os impactos e garantir a competitividade no mercado.

Postagem Anterior Próxima Postagem