O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, foi julgado nesta quinta-feira pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e recebeu apenas uma multa de R$ 100 mil, valor máximo previsto no código. A decisão garante que o jogador está liberado para atuar, após a análise de sua denúncia por supostamente ter forçado um cartão amarelo em partida contra o Santos em 2023.
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Fonte: GE
O Julgamento no STJD
A sessão, que durou pouco mais de duas horas, resultou em seis votos favoráveis à aplicação de multa e três votos pela punição do atacante. A decisão não permite recurso, encerrando o caso de Bruno Henrique no STJD. O jogador acompanhou o julgamento virtualmente, enquanto representantes do Flamengo e seus advogados estiveram presentes no tribunal.
O julgamento desta quinta-feira foi retomado após um pedido de vista do processo na última segunda-feira. O auditor Marco Aurélio Choy interrompeu a sessão após o relator Sergio Furtado Filho votar pela absolvição no artigo 243-A e pela punição no artigo 191, com multa de R$ 100 mil, mas sem suspensão de jogos.
Entenda a Denúncia
Bruno Henrique foi denunciado por ter supostamente forçado um cartão amarelo em um jogo contra o Santos, em 2023, beneficiando apostadores. Inicialmente, o STJD o condenou a 12 jogos de suspensão, mas o atacante atuava sob efeito suspensivo. Tanto o Flamengo quanto a Procuradoria do STJD recorreram da decisão, levando o caso a um novo julgamento.
Os Argumentos da Acusação e Defesa
Durante o julgamento, o auditor Marco Aurélio Choy comparou o caso de Bruno Henrique com a Operação Penalidade Máxima, ressaltando as diferenças entre os dois. Outros auditores, como Maxwell Vieira, argumentaram que a conduta do jogador impactou o mercado de apostas ilegalmente. Luiz Felipe Bulus mencionou que a escolha sobre quando um jogador recebe um cartão amarelo é antiética e influencia o resultado da partida, enquanto Rodrigo Aiache considerou que condenar Bruno Henrique seria ferir os artigos 243 e 243A.
A defesa do jogador, liderada pelo advogado do Flamengo, Michel Assef, argumentou que não houve prejuízo ao clube e que a estratégia de forçar o cartão amarelo foi uma decisão tática. O advogado Alexandre Vitorino alegou que mensagens trocadas posteriormente mostravam que Bruno Henrique havia cortado contato com o irmão, Wander, indicando independência nas ações deste último.
O Voto Decisivo e a Decisão Final
O presidente Luis Otávio Veríssimo afirmou que a postura do clube determina o afastamento dos artigos 243 e 243A, votando pela condenação no artigo 191, com multa de R$ 100 mil. A maioria dos auditores seguiu essa linha, derrubando a suspensão inicial e aplicando apenas a multa, liberando Bruno Henrique para jogar.
A decisão do STJD de multar Bruno Henrique, em vez de suspendê-lo, garante que o atacante poderá continuar a defender o Flamengo. Mas, qual o impacto dessa decisão na moralidade esportiva e na percepção dos torcedores sobre a integridade do jogo?
Relembre o Caso
Em abril, a Polícia Federal indiciou Bruno Henrique por fraude esportiva, com base em conversas extraídas do celular de seu irmão, Wander. A investigação revelou que o atacante teria informado a Wander sobre sua intenção de tomar um cartão amarelo em um jogo contra o Santos, gerando apostas suspeitas.
Apesar de ter sido absolvido no artigo 243, que trata de manipulação e prejuízo deliberado a uma equipe, Bruno Henrique foi inicialmente condenado por agir de forma contrária à ética desportiva (artigo 243-A), resultando em uma suspensão de 12 jogos e multa de R$ 60 mil. Agora, com a nova decisão do STJD, o jogador está liberado para atuar, mas a polêmica em torno do caso persiste.