Bitcoin Desaba Após Recorde: O Que Aconteceu?

Após atingir cotações históricas em outubro, o Bitcoin sofreu uma queda acentuada, levantando questões sobre o futuro da criptomoeda. Analistas apontam para uma combinação de fatores, incluindo realização de lucros, incertezas macroeconômicas e aversão ao risco, como os principais motivadores dessa desvalorização.

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Fonte: CNN Brasil

Realização de Lucros e Correção de Mercado

É comum que ativos percam valor após atingirem recordes, com investidores vendendo posições para garantir lucros. No entanto, a queda do Bitcoin parece ir além de uma simples correção. Guilherme Prado, da Bitget, observa que o Bitcoin enfrentou resistência para manter a alta devido a um volume significativo de ordens de venda, somado a um cenário macroeconômico desfavorável. A lógica por trás disso reside na lei da oferta e demanda: o aumento da circulação do ativo no mercado, resultante das vendas, tende a diluir seu preço.

Incertezas Econômicas e Geopolíticas

A aversão ao risco, impulsionada por incertezas sobre juros e tensões geopolíticas, também contribuiu para a queda. Lucas Montanini, da Fenynx Lending & Credit, aponta para liquidações em cascata que intensificaram o movimento. Paula Zogbi, da Nomad, destaca o papel dos Estados Unidos nesse cenário, mencionando expectativas reduzidas para cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) e o impacto do shutdown do governo americano na divulgação de dados econômicos cruciais.

O Medo em Wall Street e a Inteligência Artificial

O índice VIX, conhecido como o “indicador de medo” de Wall Street, subiu 15%, enquanto o índice de medo e ganância da CNN Internacional atingiu seu nível mais baixo desde abril, operando em "medo extremo". Além disso, Prado aponta para preocupações sobre uma possível bolha de Inteligência Artificial (AI) como um dos fatores que pesaram sobre o Bitcoin. A cautela também se estende à apreensão sobre os múltiplos dos ativos ligados à Inteligência Artificial (IA), antes da divulgação dos resultados da Nvidia.

Análise Técnica e Níveis de Suporte

A análise técnica do InfoMoney aponta que o Bitcoin rompeu o suporte da lateralização e passou a negociar dentro de um movimento baixista, especialmente após perder a região dos US$ 100.000. A queda superior a 16% em novembro e a virada para o negativo em 2025 reforçam essa mudança de comportamento no curto prazo. O rompimento do suporte da congestão diária abre espaço para a continuação da correção. Para retomar a força compradora, o ativo precisará superar inicialmente a faixa dos US$ 96.846/US$ 99.700.

O Que Esperar do Bitcoin no Curto Prazo?

Murilo Cortina, da QR Asset Management, prevê semanas de maior volatilidade, especialmente considerando a menor liquidez típica de dezembro e a influência do mercado institucional sobre os preços. A perda dos US$ 100.000 reforça uma deterioração importante da estrutura de alta. Para que o ativo volte a construir um movimento altista sustentável no médio prazo, será necessário observar entrada consistente de volume comprador. As primeiras regiões que precisam ser reconquistadas estão entre US$ 96.043/US$ 100.000.

Perspectivas de Longo Prazo

Apesar da queda recente, analistas não veem o movimento como uma quebra de ciclo. Montanini argumenta que a base institucional continua forte e os fundamentos permanecem intactos. Zogbi complementa, afirmando que a demanda institucional continua crescente, impulsionada por um ambiente regulatório em evolução e novos produtos no radar. Essa perspectiva sugere que o Bitcoin pode retomar sua trajetória de alta quando o cenário macroeconômico se mostrar mais favorável e o caminho dos cortes de juros estiver melhor definido.

Afinal, o Que Acontecerá Com o Bitcoin?

A recente queda do Bitcoin após atingir seu pico histórico reflete uma combinação de fatores conjunturais e estruturais. A realização de lucros, a aversão ao risco em meio a incertezas econômicas e geopolíticas, e até mesmo as preocupações com uma possível bolha de AI, contribuíram para a desvalorização. No entanto, a resiliência da base institucional e a perspectiva de um ambiente regulatório mais favorável sugerem que o Bitcoin pode se recuperar no longo prazo, desde que o cenário macroeconômico se estabilize e as taxas de juros comecem a cair. Resta saber se essa virada ocorrerá em breve ou se os investidores precisarão de paciência para ver o Bitcoin retomar seus patamares mais altos.

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