Belém e Alemanha estreitaram laços em um plano climático pioneiro no Brasil. O prefeito de Belém, Igor Normando, apresentou o Plano de Ação Climática de Belém ao ministro de Meio Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança Nuclear da Alemanha, Carsten Schneider, durante uma visita ao Parque Ecológico Gunnar Vingren. O encontro, ocorrido neste sábado (15), marca um avanço significativo na agenda de sustentabilidade da capital paraense, visando a COP30.

Fonte: Diário do Pará
Plano de Ação Climática: Um Marco para o Brasil
O Plano de Ação Climática de Belém, construído em parceria com o ICLEI (uma associação de governos locais focada em sustentabilidade) e o governo alemão, é o primeiro do tipo para municípios no Brasil. Segundo o prefeito Igor Normando, o documento oferece um diagnóstico consistente e ações capazes de impactar a resiliência climática da cidade. Qual o impacto real deste plano para a população de Belém?
“O plano é o primeiro plano de ação climática para municípios do Brasil. É um grande salto, principalmente por oferecer um diagnóstico consistente e ações capazes de impactar a resiliência climática”, afirmou Igor Normando.
Parque Gunnar Vingren: Legado da COP30
Durante a visita, o prefeito Normando apresentou o Parque Gunnar Vingren como um espaço estratégico para a COP30. Ele busca uma parceria para transformar o parque em um ponto de intercâmbio, onde visitantes poderão conhecer a floresta amazônica e o poder dos rios para o equilíbrio climático. O parque possui 38 hectares de floresta preservada e desempenha um papel crucial no equilíbrio climático da região da Marambaia.
Cooperação Alemanha-Brasil: Um Futuro Sustentável
O ministro Carsten Schneider, em sua primeira visita à Amazônia, ressaltou a importância global da região e a disposição da Alemanha em cooperar com o Brasil. Ele mencionou que, apesar da distância geográfica, os impactos climáticos são sentidos em ambos os países. A Alemanha pretende ampliar a cooperação com Belém, apoiando soluções baseadas na natureza. Ele ainda comentou o novo projeto de adaptação climática para cidades, apoiado pela Iniciativa Climática Internacional da Alemanha, que visa melhorar a resiliência e a gestão hídrica.
“O governo alemão realmente quer ajudar a proteger a floresta amazônica. O presidente Lula sugeriu um fundo para as florestas, e nós podemos participar disso. Queremos estar aqui como amigos, parceiros e um país confiável da União Europeia”, afirmou Schneider.
Repercussão e Controvérsia: A Visão Alemã
Entretanto, nem tudo foram flores na relação entre Alemanha e Brasil durante este período. O chanceler alemão Friedrich Merz, em um discurso no Congresso Alemão do Comércio, fez uma comparação desfavorável entre o Brasil e a Alemanha. Segundo o Diário do Centro do Mundo, Merz mencionou que jornalistas que o acompanharam em Belém ficaram “contentes” ao retornar à Alemanha. A declaração gerou controvérsia, contrastando com o discurso oficial de cooperação e apoio ao Brasil.
Merz, no entanto, prometeu que a Alemanha faria uma contribuição “significativa” ao Fundo Florestas para Sempre, prioridade do governo brasileiro para a conferência climática. Ele defendeu que a política climática alemã precisa avançar com apoio da economia, argumentando que responsabilidade ambiental e competitividade podem caminhar juntas. A iniciativa de Belém, com o apoio alemão, representa um passo importante para a COP30 e para o futuro sustentável da Amazônia.
Para simbolizar a parceria, o prefeito Normando e o ministro Schneider plantaram uma samaumeira, árvore considerada a rainha da Amazônia, no Parque Gunnar Vingren. Este gesto representa o compromisso mútuo com a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável da região. Resta saber como essa parceria se desenvolverá nos próximos anos e qual será seu impacto real na cidade de Belém e na preparação para a COP30.
Apesar das declarações controversas do chanceler alemão, a visita do ministro Carsten Schneider e o apoio ao Plano de Ação Climática de Belém sinalizam um compromisso contínuo da Alemanha com a agenda ambiental no Brasil. O futuro dirá se essa parceria trará os resultados esperados para a preservação da Amazônia e o desenvolvimento sustentável da região.
O incidente relatado pelo chanceler, de jornalistas que não desejavam permanecer no Brasil, lança uma sombra sobre a percepção internacional do país e destaca a necessidade de esforços contínuos para melhorar a imagem e as condições no Brasil. O apoio financeiro da Alemanha ao Fundo Florestas será um indicador crucial da seriedade do compromisso alemão com a sustentabilidade no Brasil.