Intoxicação por Metanol: Bebidas adulteradas causam mortes em SP

Uma operação da Polícia Civil em São Paulo investiga a falsificação de bebidas alcoólicas após a contaminação por metanol de ao menos 22 pessoas, resultando em seis mortes. O metanol, substância química industrial tóxica, foi encontrado em bebidas como gim, uísque e vodca, levantando questões sobre a origem e a segurança das bebidas consumidas em bares.

Imagem da notícia - BBC

Fonte: BBC

Como o Metanol Contamina as Bebidas?

A presença de metanol em bebidas pode ocorrer por erro na produção ou pela adição intencional em bebidas falsificadas para aumentar o volume. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que essa adulteração é comum em produções informais, com bebidas vendidas em bares legítimos, frequentemente com embalagens falsificadas. Mas, como diferenciar uma bebida segura de uma adulterada?

Mercado Ilegal de Bebidas no Brasil

Um relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) revela que o mercado ilegal de bebidas alcoólicas movimentou R$ 56,9 bilhões no Brasil, com uma sonegação fiscal de mais de R$ 28 bilhões em 2023. As atividades ilegais incluem falsificação, contrabando, produção artesanal ilegal e sonegação fiscal. O Anuário da Falsificação da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) aponta um aumento na produção ilegal de cerveja artesanal e destilados entre 2016 e 2022.

Suspensão do Sistema de Controle de Bebidas

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública também relata a suspensão do Sicobe, um sistema de controle de produção de bebidas que, segundo eles, fragilizou a fiscalização. Implementado pela Receita Federal em 2008 e desativado em 2016 sob alegação de altos custos, o sistema teve sua reativação determinada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em agosto do ano passado, mas a Receita aguarda decisão pendente do Supremo Tribunal Federal (STF) para religá-lo.

Envolvimento do Crime Organizado

A Polícia Federal abriu inquérito para investigar a possível distribuição das bebidas adulteradas para outros estados. O relatório do FBSP indica o envolvimento de facções como PCC e Comando Vermelho no comércio ilegal de bebidas alcoólicas, incluindo contrabando de vinhos e destilados, além da atuação de milícias no Rio de Janeiro. A fiscalização do mercado depende de diversas autoridades, como Anvisa, Polícia Federal e polícias estaduais.

Ações da Polícia e Vigilância Sanitária

A Polícia Civil e a Vigilância Sanitária de São Paulo apreenderam caixas de garrafas suspeitas em um fornecedor do bar Ministrão, interditado por suspeita de comercializar bebidas adulteradas. As garrafas, principalmente de marcas famosas de cachaça, foram encontradas em dois locais na Bela Vista, São Paulo. Amostras foram recolhidas para análise pericial. Segundo Manoel Bernardes, diretor do Centro de Vigilância Sanitária do Estado, o Ministrão adquiriu bebidas de um vendedor de rua sem nota fiscal.

Próximos Passos e Implicações

A investigação continua com o objetivo de identificar todos os responsáveis pela produção e distribuição das bebidas adulteradas, bem como a extensão do problema em outros estados. A reativação de sistemas de controle e a intensificação da fiscalização são medidas essenciais para combater o mercado ilegal de bebidas e garantir a segurança dos consumidores.

Postagem Anterior Próxima Postagem