Em resposta à megaoperação realizada no Rio de Janeiro contra o crime organizado, Argentina e Paraguai anunciaram o reforço de suas fronteiras com o Brasil. A medida visa prevenir a entrada de membros de facções criminosas, como o Comando Vermelho (CV), em seus territórios. O governo da Bolívia também solicitou ações para impedir a entrada de criminosos.
:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_d975fad146a14bbfad9e763717b09688/internal_photos/bs/2025/p/4/xZ8XWtR4KqkK2WfYRolA/rio1017103.jpg)
Fonte: CBN
Argentina eleva o nível de alerta
O governo argentino, liderado por Javier Milei, designou o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC) como organizações narcoterroristas. A ministra da Segurança Nacional, Patricia Bullrich, determinou análise minuciosa de brasileiros que cruzarem a fronteira, verificando antecedentes criminais, sem confundir turistas com membros das facções. As operações serão intensificadas nas 'Zonas de Fronteira Leste e Noroeste'. A secretária de Segurança Nacional, Alejandra Monteoliva, solicitou o envio de um manual de reconhecimento dos sinais característicos desses grupos para facilitar identificações.
Paraguai reforça vigilância
O Conselho de Defesa Nacional (Codena) do Paraguai anunciou medidas de 'prevenção e vigilância' nas fronteiras. O país emitiu um alerta sobre a possível entrada de membros do Comando Vermelho, determinando reforços nas fronteiras e na imigração, aumento de patrulhamento e intensificação coordenada das operações de inteligência e vigilância estratégica.
Bolívia solicita medidas preventivas
O presidente eleito da Bolívia, Rodrigo Paz, pediu formalmente ao atual presidente Luis Arce medidas de segurança para impedir a entrada de membros de organizações criminosas provenientes do Brasil. Paz enfatizou que a proteção das fronteiras e a segurança dos cidadãos bolivianos devem ser prioridades nacionais.
Megaoperação no Rio de Janeiro
A megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha resultou em um alto número de mortos, gerando repercussão internacional. O governador Cláudio Castro e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciaram uma parceria para combater o crime organizado no Rio de Janeiro. Uma das medidas é a criação de um escritório emergencial para o enfrentamento ao crime organizado, com ações integradas entre os governos estadual e federal.
Repercussão e investigação
Após a operação, o governo federal anunciou apoio ao Rio de Janeiro com o envio de especialistas para intensificar as investigações e ações na área de segurança pública. O ministro Lewandowski afirmou que o governo federal vai reforçar a presença da Polícia Federal e da Força Nacional no Rio de Janeiro. O diretor-geral da PF admitiu que a corporação foi avisada sobre a operação, mas uma avaliação operacional indicou que “não era razoável” a Polícia Federal participar. O ministro da Justiça tentou reduzir a repercussão, afirmando que Lula ficou “estarrecido” com o número de mortos.
Qual o impacto da megaoperação?
A megaoperação no Rio de Janeiro, que tinha como objetivo conter o avanço do Comando Vermelho e cumprir mandados de busca e prisão, desencadeou uma série de eventos com impacto em países vizinhos. O temor da fuga de criminosos e a busca por refúgio em outros territórios levaram Argentina e Paraguai a reforçarem suas fronteiras, demonstrando a preocupação com a segurança regional e a necessidade de cooperação internacional no combate ao crime organizado.
Medidas adicionais e críticas
Além do reforço nas fronteiras, outras medidas estão sendo tomadas no Brasil para lidar com as consequências da operação. A Defensoria Pública do Rio de Janeiro denunciou restrições ao acesso ao IML, buscando garantir o direito dos mortos e familiares. ONGs cobram a divulgação da lista com nomes de mortos e presos na megaoperação, argumentando a falta de transparência impede a identificação e acompanhamento dos casos. O Planalto divulgou um vídeo sobre a operação, condenando o número de mortos e ressaltando que a eliminação de criminosos não resolve o problema.