PEC da Blindagem: Senado Derruba Proposta por Unanimidade na CCJ

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal rejeitou, nesta quarta-feira (24), por unanimidade, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem. A PEC visava ampliar as prerrogativas de deputados e senadores, concedendo ao próprio Congresso o poder de autorizar ou barrar a abertura de processos contra seus membros. A decisão unânime, com 26 votos contrários, ocorreu após uma votação expressiva na Câmara dos Deputados e intensos protestos em todo o país.

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Fonte: CBN

Votação Unânime e Impacto

A rejeição da PEC da Blindagem na CCJ demonstra um consenso entre parlamentares de diferentes espectros políticos, do PT ao PL, além de partidos do centrão. A expectativa é que o texto também seja rejeitado no plenário do Senado. O resultado reflete a pressão popular e as manifestações que ocorreram em diversas capitais no último domingo, dia 21.

O que era a PEC da Blindagem?

A PEC da Blindagem propunha mudanças significativas nas regras de processamento de parlamentares. Originalmente, o texto aprovado na Câmara dos Deputados:

  • Limitava a prisão de parlamentares.
  • Determinava aval do Legislativo para a abertura de processos contra congressistas, em votação secreta.
  • Ampliava o foro privilegiado para presidentes de partidos.

Críticos argumentavam que a proposta abriria brechas para a impunidade e transformaria o Congresso em um refúgio para criminosos.

O Relator e a Inconstitucionalidade

O relator da PEC na CCJ, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), emitiu parecer pela rejeição da proposta, alegando inconstitucionalidade e injuridicidade. Vieira argumentou que a PEC representava um "golpe fatal" à legitimidade do Legislativo, abrindo as portas para a criminalidade organizada. Ele defendeu que o exercício do mandato parlamentar já é suficientemente protegido pela Constituição, com a imunidade material e o direito de sustar processos abusivos.

“A PEC é na verdade um golpe fatal na sua legitimidade, posto que configura portas abertas para a transformação do Legislativo em abrigo seguro para criminosos de todos os tipos.” - Senador Alessandro Vieira (MDB-SE)

Repercussão e Próximos Passos

A rejeição da PEC na CCJ é um revés para os defensores da proposta, que buscavam ampliar a proteção dos parlamentares. A decisão demonstra a sensibilidade do Senado em relação à opinião pública e a preocupação em evitar retrocessos no combate à corrupção. Resta saber se a proposta será de fato arquivada ou se haverá alguma tentativa de ressuscitá-la no futuro. Qual o futuro da relação entre os poderes após essa decisão?

Lista dos Senadores que Votaram Contra a PEC na CCJ:

  • Eduardo Braga (MDB-AM)
  • Renan Calheiros (MDB-AL)
  • Jader Barbalho (MDB-PA)
  • Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB)
  • Sérgio Moro (União-PR)
  • Soraya Thronicke (Podemos-MS)
  • Oriovisto Guimarães (Podemos-PR)
  • Alessandro Vieira (MDB-SE)
  • Carlos Portinho (PL-RJ)
  • Eduardo Girão (Novo-CE)
  • Rogério Marinho (PL-RN)
  • Jorge Seif (PL-SC)
  • Magno Malta (PL-ES)
  • Esperidião Amin (PP-SC)
  • Laércio Oliveira (PP-SE)
  • Hamilton Mourão (Republicanos-RS)
  • Omar Aziz (PSD-AM)
  • Eliziane Gama (PSD-MA)
  • Jorge Kajuru (PSB-GO)
  • Zenaide Maia (PSD-RN)
  • Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
  • Angelo Coronel (PSD-BA)
  • Rogério Carvalho (PT-SE)
  • Fabiano Contarato (PT-ES)
  • Augusta Brito (PT-CE)
  • Randolfe Rodrigues (PT-AP)
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