Influencer preso na Argentina por golpe milionário via Pix Indireto

O influenciador brasileiro Gabriel Spalone foi preso na Argentina sob acusação de liderar um esquema que desviou R$ 146 milhões de um banco no Brasil, utilizando o mecanismo de Pix indireto. A prisão ocorreu no Aeroporto Internacional de Buenos Aires, após Spalone ter sido detido e liberado no Panamá, e sua inclusão na difusão vermelha da Interpol.

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Fonte: O Globo

Entenda o esquema do 'Pix Indireto'

A Polícia Federal, em coordenação com autoridades internacionais, efetuou a prisão de Spalone, que é suspeito de operar empresas de fachada para realizar transferências financeiras ilegais. As investigações apontam que ele utilizava o "pix indireto" de forma indevida, um mecanismo regulado que permite a instituições menores realizar transações através de convênios com bancos maiores. Em fevereiro, foram identificadas mais de 600 transferências irregulares em menos de cinco horas, totalizando a quantia milionária desviada.

Prisão e defesa

Após ser liberado no Panamá por não constar na lista da Interpol naquele momento, o nome de Spalone foi incluído na difusão vermelha, resultando em sua nova prisão na Argentina. Sua defesa alega inocência e busca reverter a prisão, argumentando que já foram fornecidas provas de sua inocência e solicitada a revogação da prisão no Brasil. O advogado Eduardo Maurício declarou:

Eduardo Maurício advogado de defesa de Gabriel Spalone ratifica que seu cliente foi colocado em liberdade no Panamá, e afirma que posteriormente foi detido novamente em Buenos Aires (desta vez com uma inclusão ao que parece correta na Interpol). Dr. Eduardo Maurício afirma que exercerá a defesa do influencer e empresário no processo de extradição que se inicia na Argentina, e em paralelo, já foi fornecida provas da sua inocência e já foi requerido no Brasil a revogação da sua prisão pendente de decisão judicial. Se o caso impetrará habeas corpus perante o Tribunal, bem como a defesa procederá com o pedido exclusão de Spalone da Interpol diretamente em Lyon na França; e também com denúncia na Corte Interamericana de Direitos Humanos, tudo visando com que Gabriel possa responder o processo em liberdade.

Investigações e Operação Dubai

Spalone é alvo da Operação Dubai, que investiga o uso de dez contas bancárias de uma empresa parceira de uma instituição financeira conectada ao Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) para movimentar os R$ 146,6 milhões de forma ilícita. As empresas de fachada, como a Dubai Cash e a Next Trading Dubai, ofereciam serviços financeiros digitais sem a devida autorização do Banco Central. Parte do dinheiro desviado foi recuperada, mas o prejuízo final ainda é estimado em R$ 39 milhões.

A Polícia Civil de São Paulo, através do delegado Paulo Barbosa, informou que a inclusão do nome de Gabriel Spalone na Difusão Vermelha foi resultado de uma ação conjunta com a Polícia Federal. A prisão levanta questões sobre a segurança e a fiscalização do sistema de Pix indireto, e quais medidas serão tomadas para evitar novas fraudes?

Possíveis Desdobramentos

Spalone aguarda os trâmites de extradição para o Brasil na Argentina. A defesa busca sua libertação e a exclusão de seu nome da lista da Interpol, inclusive com a possibilidade de recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos. Há também a possibilidade de deportação inicial para o Paraguai, antes de ser encaminhado ao Brasil. O caso continua em desenvolvimento, com a audiência de custódia agendada para esta segunda-feira (29), em Buenos Aires.

O caso ressalta a importância da segurança nas transações financeiras digitais e a necessidade de regulamentação e fiscalização rigorosas para evitar fraudes e golpes que prejudicam tanto instituições financeiras quanto consumidores. A colaboração entre as polícias civil e federal, bem como a cooperação internacional, demonstram a complexidade e o alcance das investigações em crimes financeiros digitais.

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