Mais de 200 contratados que avaliavam e aprimoravam produtos de IA do Google foram demitidos sem aviso prévio em pelo menos duas rodadas de demissões no mês passado. A medida ocorre em meio a uma luta contínua por melhores salários e condições de trabalho, segundo funcionários que falaram com a WIRED e The Guardian.
Trabalho de avaliação e moderação
Nos últimos anos, o Google terceirizou o trabalho de classificação de IA — que inclui avaliar, editar ou reescrever as respostas do chatbot Gemini para que soe mais humano e “inteligente” — para milhares de contratados empregados pela GlobalLogic, de propriedade da Hitachi, e outras empresas de terceirização. A maioria dos avaliadores da GlobalLogic está sediada nos EUA e lida com conteúdo em inglês. Assim como os moderadores de conteúdo ajudam a purgar e classificar o conteúdo nas redes sociais, esses trabalhadores usam sua experiência, habilidade e julgamento para ensinar chatbots e outros produtos de IA, incluindo o recurso de resumos de pesquisa do Google chamado AI Overviews. Os trabalhadores alegam que os cortes mais recentes ocorreram em meio a tentativas de sufocar seus protestos sobre questões, incluindo salários e insegurança no emprego. Muitos desses avaliadores, frequentemente contratados devido ao seu conhecimento especializado, precisavam ter mestrado ou doutorado para ingressar no programa de “super avaliadores”, e tipicamente incluem escritores, professores e pessoas de áreas criativas.
Condições de trabalho precárias
Funcionários alegam subpagamento, falta de segurança no emprego e condições de trabalho desfavoráveis. A GlobalLogic teria iniciado demissões regulares este ano, aumentando a preocupação sobre a precariedade dos empregos e a possibilidade de substituição por IA. Documentos internos sugerem que a empresa está usando esses avaliadores humanos para treinar o sistema de IA do Google que poderia classificar automaticamente as respostas, com o objetivo de substituí-los pela IA. Ao mesmo tempo, a empresa também está encontrando maneiras de se livrar dos funcionários atuais enquanto continua contratando novos trabalhadores. Em julho, a GlobalLogic tornou obrigatório o retorno ao escritório para seus funcionários em Austin, Texas, impactando diretamente vários trabalhadores que não podem se dar ao luxo de viajar para o escritório devido a restrições financeiras ou que não podem ir trabalhar devido a deficiências ou responsabilidades de cuidados.
Tentativas de sindicalização e retaliação
Alguns contratados tentaram se sindicalizar no início deste ano, mas afirmam que esses esforços foram abafados. Agora, eles alegam que a empresa retaliou contra eles. Dois trabalhadores entraram com uma reclamação junto ao Conselho Nacional de Relações Trabalhistas, alegando terem sido demitidos injustamente, um por levantar questões de transparência salarial e outro por defender a si mesmo e a seus colegas de trabalho. Um porta-voz do Google afirmou que os indivíduos são funcionários da GlobalLogic ou seus subcontratados, não do Alphabet, e que a GlobalLogic é responsável pelas condições de emprego e trabalho de seus funcionários. A GlobalLogic se recusou a comentar.
Possíveis Desdobramentos
A situação levanta questões sobre as práticas trabalhistas na indústria de tecnologia e o impacto da crescente automação no mercado de trabalho. A demissão em massa de avaliadores de IA pode indicar uma tendência crescente de substituição de trabalhadores humanos por inteligência artificial, mesmo em funções que exigem alto nível de especialização. A reação dos trabalhadores e a cobertura da mídia podem impulsionar debates sobre regulamentação do trabalho na era da IA e sobre a responsabilidade das empresas de tecnologia em relação aos seus contratados.
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