O depoimento do general Júlio César de Arruda, ex-comandante do Exército, no Supremo Tribunal Federal (STF) gerou mais perguntas do que respostas sobre a atuação das Forças Armadas nos atos golpistas de 8 de janeiro. Arruda, testemunha de defesa de Mauro Cid, afirmou ter dividido a decisão de não prender imediatamente os golpistas acampados em frente ao QG do Exército com ministros do governo Lula. Sua versão dos fatos, contudo, é marcada por evasivas e lacunas, alimentando ainda mais as suspeitas sobre a conduta do Exército naquele dia crucial para a democracia brasileira.
O general alegou que a sua principal motivação foi acalmar a situação tensa no QG, evitando possíveis confrontos e mortes. Ele declarou ter discutido a estratégia com o então ministro da Justiça, Flávio Dino, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro da Defesa, José Múcio, buscando uma ação coordenada. Esta versão, no entanto, contrasta com o depoimento do então comandante da PMDF, coronel Fábio Augusto Vieira, que afirmou ter sido impedido por Arruda de cumprir a ordem judicial de prisão dos golpistas, tendo recebido a seguinte ameaça: "O senhor sabe que minha tropa é um pouco maior que a sua, né?". Essa discrepância crucial levanta sérias dúvidas sobre a veracidade do relato do general.
Em diversos momentos do depoimento, Arruda recorreu ao "não me lembro", demonstrando uma falta de clareza preocupante em relação a eventos de extrema importância para a investigação. Sua evasiva resposta à pergunta sobre o motivo de sua demissão no início do governo Lula ("essa pergunta eu acho que não cabe a ser feita a mim. tem que fazer a quem me nomeou e quem me exonerou") também foi interpretada como uma tentativa de desviar o foco da investigação.
A reportagem da Veja destaca a evasividade de Arruda quando questionado sobre pressões do general Mário Fernandes, acusado de planejar o assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes, para impedir a posse do presidente Lula. Apesar de confirmar ter conversado com Fernandes, Arruda se esquivou de detalhar o conteúdo da conversa, apenas afirmando que discutiram "diversos assuntos". Essa omissão é particularmente preocupante, considerando a gravidade das acusações contra Fernandes e a possibilidade de Arruda ter sido pressionado a agir contra a posse de Lula.
O depoimento de Arruda, divulgado em diferentes veículos de imprensa como G1, Metrópoles e Veja, levanta questões sobre a responsabilidade do Exército nos eventos de 8 de janeiro e a extensão da possível conivência com os atos golpistas. A falta de transparência e as contradições em suas declarações dificultam a compreensão dos fatos e podem obstruir a busca pela justiça. A investigação precisa prosseguir de forma rigorosa para esclarecer completamente o papel de Arruda e de outros militares nos acontecimentos daquele dia. A população brasileira merece saber a verdade e exigir responsabilização por aqueles que ameaçaram a democracia. Acessar as fontes originais é crucial para uma compreensão completa do contexto: G1, Metrópoles, e Veja.
Este conteúdo foi desenvolvido com o auxílio de inteligência artificial. Para mais informações sobre o conteúdo discutido, visite os sites abaixo: