A ex-presidente Dilma Rousseff recebeu, em decisão unânime da Comissão de Anistia, o reconhecimento formal de sua condição de anistiada política, concedendo-lhe também uma indenização de R$ 100 mil pela perseguição política e tortura sofridas durante a ditadura militar brasileira (1964-1985). Esta decisão histórica, tomada após anos de tramitação e uma rejeição anterior durante o governo Bolsonaro, representa um marco na luta por justiça e reparação para vítimas do regime autoritário.
O pedido de anistia, protocolado em 2002, ano de criação da comissão, foi suspenso durante os mandatos de Dilma como ministra e presidente. Após o impeachment em 2016, a solicitação foi retomada, encontrando resistência em 2022 sob o governo Bolsonaro, que celebrou a rejeição na época. Entretanto, a nova análise em 2025 culminou numa decisão favorável, que inclui um pedido de desculpas público do Estado brasileiro pelos atos de violência e tortura perpetrados contra Dilma durante a ditadura. O relator, Rodrigo Lentz, destacou o caráter político e simbólico da decisão, afirmando que busca garantir a memória do período e prevenir a repetição de tais atrocidades. Sua fala foi marcante, dizendo: "Quis a história que a requerente tivesse seu requerimento relatado justamente por um filho da classe trabalhadora, que foi o primeiro a entrar na universidade [...], e hoje está aqui para poder proferir esse voto. E a história quis assim não por acaso. A história quis assim porque teve pessoas, e sobretudo mulheres, que ousaram não apenas contemplar a história, mas também a transformar a história e a fazer história. Esse é o legado das revolucionárias. E isso mostra que não só a vida, mas como a luta valeu, vale e valerá a pena."
O depoimento de Dilma, lido na sessão, detalha as torturas sofridas: agressões físicas, afogamentos simulados, pau-de-arara, choques elétricos e internações hospitalares devido a hemorragias graves. Além do sofrimento físico, relatou a tortura psicológica, a expulsão da universidade e a demissão de seu emprego. Esta narrativa, impactante e reveladora, reforça a gravidade das violações dos direitos humanos cometidas durante o regime militar.
A indenização de R$ 100 mil, o valor máximo permitido, representa uma compensação financeira pelo sofrimento infligido, mas não apaga a cicatriz deixada pela ditadura. A decisão da Comissão de Anistia não se limita à reparação individual; ela simboliza um reconhecimento da responsabilidade do Estado brasileiro pelas atrocidades cometidas durante a ditadura e um compromisso com a justiça de transição. Apesar de Dilma já ter recebido anistia em quatro estados (Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo), doando as indenizações recebidas para instituições que combatem a tortura, a decisão nacional assume uma dimensão histórica e política fundamental.
A decisão também ressalta a importância da memória histórica e da luta pela justiça. A concessão da anistia e indenização a Dilma Rousseff representa um avanço na busca pela reparação de vítimas da ditadura militar, lembrando a todos a importância de se manter a vigilância para garantir que tais violações não se repitam no futuro. A ausência de Dilma na sessão, devido a compromissos profissionais como presidente do Banco dos Brics na China, não diminui o peso simbólico da decisão. É uma vitória para a justiça, para a memória e para a luta contínua pela democracia.
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