Cometa 3I/Atlas Intrigante: Origem Interestelar e Composição Atípica

O cometa interestelar 3I/Atlas, descoberto em julho de 2025, continua a intrigar cientistas devido à sua origem externa ao Sistema Solar e sua composição incomum. Originário de fora do nosso sistema, o cometa apresenta uma trajetória hiperbólica, o que o classifica como o terceiro objeto desse tipo já identificado, após 1I/Oumuamua (2017) e 2I/Borisov (2019). Sua velocidade de 61 km/s, a maior já registrada em um cometa, e sua idade estimada entre 5 e 7 bilhões de anos, mais antigo que o próprio Sistema Solar, são características notáveis.

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Fonte: CNN Brasil

Composição e Origem Incomuns

Uma das características mais intrigantes do 3I/Atlas é sua composição. Observações revelaram uma alta concentração de gelo de dióxido de carbono (CO₂), além de vapor d’água e monóxido de carbono. Essa composição é diferente da dos cometas comuns do nosso Sistema Solar, indicando que ele pode ter se formado em um ambiente químico distinto, possivelmente em outro sistema estelar. Acredita-se que o cometa se formou em uma região próxima ao centro da Via Láctea, o que lhe confere essa composição peculiar.

O que torna o 3I/Atlas tão especial?

O físico Rodrigo Díaz, especialista em dados astronômicos, destaca que “esses objetos são raríssimos e oferecem uma oportunidade única de estudar materiais que se formaram fora da influência do Sol”. A astrônoma Romina Miculán, do Observatório Naval de Buenos Aires, complementa, afirmando que “cometas são cápsulas do tempo que ajudam a entender como nascem os sistemas planetários”.

A Passagem Próxima e a Sonda Clipper

O cometa atingiu seu ponto mais próximo do Sol (periélio) na última semana, mantendo-se a uma distância de 204 milhões de quilômetros da nossa estrela. O ponto de maior aproximação com a Terra ocorrerá em 19 de dezembro, quando estará a aproximadamente 270 milhões de quilômetros do nosso planeta. Devido a essa distância, não será visível a olho nu, necessitando de equipamento profissional para observação.

Em dezembro, a sonda Clipper, em sua trajetória para estudar Europa, lua de Júpiter, atravessará a cauda do cometa. Esta será a primeira vez que se coletará e analisará material de um corpo interestelar, proporcionando dados valiosos sobre sua composição e origem.

Teorias e Mistérios

O comportamento incomum do 3I/Atlas gerou diversas teorias, incluindo a controversa sugestão do físico Avi Loeb, de Harvard, de que certas anomalias poderiam indicar uma origem artificial. No entanto, essa hipótese foi amplamente descartada pela comunidade científica, que atribui suas características a um cometa com composição e estrutura atípicas.

Apesar das explicações científicas, o fascínio em torno do 3I/Atlas permanece, impulsionado pela raridade de objetos interestelares e pela busca contínua por respostas sobre a formação do universo e de outros sistemas planetários. Observações contínuas e análises de dados coletados pela sonda Clipper prometem desvendar mais segredos sobre este visitante cósmico.

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