A possível nomeação de um ministro com menos de 50 anos para a vaga de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF) consolida uma tendência de indicações mais jovens para a Corte. Dos 31 ministros que tomaram posse desde 1988, dez tinham menos de 50 anos, e quatro dos últimos cinco indicados se encaixam nesse perfil. Os nomes mais cotados para a vaga, Jorge Messias (45), Rodrigo Pacheco (48) e Bruno Dantas (47), poderiam atuar por até 30 anos no STF.
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Fonte: O Globo
A Influência da Idade nas Indicações ao STF
A escolha de ministros mais jovens, como Cristiano Zanin e André Mendonça, levanta discussões sobre a responsabilidade política e a necessidade de se considerar a quarentena pós-STF, devido ao longo período de influência que esses magistrados podem exercer. Um terço dos ministros nomeados desde 1988 tinham menos de 50 anos. Tirando Dilma Rousseff, todos os presidentes escolheram pelo menos um ministro considerado mais jovem.
O Peso da Escolha em Minas Gerais
A indicação de Rodrigo Pacheco, senador por Minas Gerais, é vista como um dilema para o presidente Lula, que busca consolidar seu palanque eleitoral no estado em 2026. Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país, é considerado um terreno estratégico para as eleições presidenciais. Caso Pacheco seja indicado ao STF, o PT perderia um importante aliado na composição do palanque.
Quais os critérios por trás das indicações?
A longevidade dos ministros mais jovens aumenta a responsabilidade da classe política ao indicá-los, pois o escolhido terá muitos anos na Corte. Contudo, quanto mais nova a pessoa, menos experiência ela tem, o que dificulta a avaliação de sua capacidade para exercer o poder. A possibilidade de alguém permanecer por cerca de 25 anos no tribunal representa um "horizonte político" considerável.
Os Cotados e Seus Apoiadores
Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União (AGU), Rodrigo Pacheco, ex-presidente do Senado, e Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), são os principais cotados para a vaga. Pacheco conta com o apoio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e dos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. No PT local, discute-se a possibilidade de uma chapa encabeçada por Pacheco para o governo de Minas, com um vice petista ou a reserva de uma das vagas ao Senado.
Quarentena e o Futuro Pós-STF
O professor da FGV, Rubens Glezer, ressalta a importância de se pensar em regras de quarentena mais estritas para evitar que ex-ministros usem o STF como uma “porta giratória” para retornar à política ou ao mercado com poder excessivo. Segundo ele, é preciso considerar o impacto que a saída de um ministro com menos de 60 ou 65 anos pode ter no mundo político e econômico.
O Cenário Político e as Eleições de 2026
Apesar do apoio do PT mineiro a Pacheco, aliados de Lula ponderam que sua ida para o Supremo poderia atuar como uma ponte institucional em um momento de tensão entre os Poderes. No entanto, o PSD, partido de Pacheco, tem se aproximado de Tarcísio de Freitas, potencial candidato à Presidência, o que poderia complicar a aliança com Lula.