Reféns israelenses: libertação 'a qualquer momento', diz vice dos EUA

A libertação de reféns israelenses mantidos em Gaza pelo Hamas pode ocorrer "a qualquer momento". A afirmação foi feita pelo vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, neste domingo (12), aumentando a expectativa em torno do acordo de cessar-fogo mediado pelos EUA.

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Fonte: G1

Expectativa para a libertação dos reféns

Em declarações à NBC News, Vance expressou otimismo: "Esperamos vê-los vivos aqui nas próximas 24 horas, provavelmente amanhã de manhã cedo, horário dos EUA, o que será mais tarde naquele dia, é claro, em Israel". Ele enfatizou o compromisso contínuo de Washington em estabilizar o Oriente Médio, ressaltando a necessidade de "influência e pressão constantes do presidente dos Estados Unidos".

O papel das tropas americanas

O vice-presidente esclareceu o papel dos 200 soldados americanos enviados a Israel: monitorar o cessar-fogo em Gaza, sem envolvimento em funções de combate. Vance reiterou que nenhuma tropa americana será mobilizada no território palestino. O foco é garantir que as tropas israelenses permaneçam na linha acordada e que o Hamas não ataque israelenses inocentes, buscando manter a paz estabelecida.

Troca de reféns e prisioneiros

O acordo de paz em Gaza está intrinsecamente ligado à troca de reféns israelenses sequestrados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 por palestinos detidos em prisões israelenses. Os termos preveem a libertação de 48 reféns israelenses (20 vivos e 28 falecidos) em troca de 250 prisioneiros palestinos e 1.700 habitantes de Gaza detidos por Israel desde o início do conflito. O Hamas sinalizou que libertará os reféns israelenses antes do prazo, previsto para segunda-feira ao meio-dia (horário de Brasília).

Netanyahu e a esperança de um 'dia de alegria nacional'

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, manifestou a esperança de que seu país possa celebrar um "dia de alegria nacional" na noite de segunda-feira, com o retorno dos reféns vivos e falecidos.

Negociações futuras e desafios remanescentes

Mediadores envolvidos nas negociações do cessar-fogo em Gaza optaram por adiar discussões sobre questões mais complexas, como o futuro do arsenal do Hamas e a governança de Gaza pós-guerra. Segundo o primeiro-ministro do Catar, xeique Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, as partes envolvidas não estavam preparadas para um acordo abrangente neste momento.

"Se tivéssemos optado por negociações completas, não teríamos alcançado esses resultados", afirmou o xeique Mohammed.

Abertura para discutir um novo relacionamento

O xeique Mohammed indicou que o Hamas demonstrou disposição para discutir uma relação diferente com Israel, buscando maneiras de não representar uma ameaça. O grupo já havia expressado abertura para uma trégua de longo prazo, durante a qual poderia depor as armas, embora essa posição ainda seja controversa dentro do Hamas.

O desarmamento do Hamas: um ponto de discórdia

O desarmamento do Hamas permanece um ponto crítico. O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, reiterou que o Hamas será desarmado e Gaza será desmilitarizada, seja por meios diplomáticos ou pela força. Mediadores árabes acreditam que podem persuadir o Hamas a desarmar-se parcialmente, desde que haja garantias de que Israel não reiniciará o conflito. A questão crucial é para quem o Hamas entregaria suas armas, se para uma autoridade palestina ou outra entidade.

Próximos passos e a Força Internacional de Estabilização

O roteiro proposto pelo presidente Trump para encerrar o conflito em Gaza inclui o estabelecimento de uma Força Internacional de Estabilização temporária. O xeique Mohammed defende que o próximo passo seja discutir a formação dessa força, que estaria ligada ao desarmamento do Hamas e à retirada gradual das tropas israelenses de Gaza. À medida que a Força assume o controle, as forças armadas israelenses deveriam se retirar com base em padrões e prazos acordados, relacionados à desmilitarização.

Conclusão: um futuro incerto e complexo

Embora a iminente libertação de reféns israelenses traga um vislumbre de esperança, o futuro da região permanece incerto. As negociações sobre questões cruciais, como o desarmamento do Hamas e a governança de Gaza, ainda estão pendentes, e as partes envolvidas precisam superar profundas divergências para alcançar uma paz duradoura. O sucesso do acordo de cessar-fogo dependerá da capacidade de todas as partes honrarem seus compromissos e buscarem soluções para os desafios complexos que persistem.

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