Petrobras reduz preço da gasolina em 4,9%; veja impactos no IPCA

A Petrobras anunciou uma redução de 4,9% no preço da gasolina, equivalente a R$ 0,14 por litro, para as distribuidoras a partir desta terça-feira (21). A decisão, divulgada nesta segunda-feira, reflete a queda nos preços do petróleo no mercado internacional e marca a segunda redução no preço da gasolina em 2025, totalizando uma diminuição superior a 10% no ano. Mas, quais os impactos dessa medida para o consumidor e para a economia?

Impacto no IPCA e Perspectivas da XP Investimentos

A XP Investimentos avalia que a redução no preço da gasolina terá um impacto baixista de 9 pontos-base no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), sendo 8 bps referentes à gasolina e 1 bp devido ao efeito indireto sobre o etanol. Com isso, a XP projeta uma revisão nas estimativas do IPCA para o intervalo entre 4,5% e 4,6%, abaixo da projeção anterior de 4,7%.

"A redução de preço era amplamente esperada e ficou na faixa inferior das possíveis reduções de preço." - Analistas da XP Investimentos

Apesar da redução, a XP destaca que o preço da gasolina ainda apresenta um prêmio de cerca de 15% em relação à paridade do Golfo dos EUA. Antes do ajuste, esse prêmio era de aproximadamente 20%. Os preços do diesel, por outro lado, permaneceram inalterados e apresentam um prêmio de cerca de 3% após a recente queda nos preços internacionais.

Visão do Itaú BBA e Abicom

O Itaú BBA considera que a medida já era esperada, embora a magnitude tenha ficado abaixo das expectativas do mercado. Segundo o banco, os preços domésticos da Petrobras estavam 11% acima da paridade internacional, sugerindo que o ajuste de 5% foi menor do que o esperado. Eles também alertam para um possível aumento do ICMS sobre a gasolina em 1º de janeiro de 2026. A Associação Brasileira de Comerciantes de Combustíveis (Abicom) estima um prêmio menor para a gasolina, de cerca de +3% após a redução de preço, e um desconto de -3% para o diesel.

Repercussão nos Distribuidores e Postos de Combustíveis

O presidente do Sindicombustíveis-DF, Paulo Tavares, explicou que a chegada da redução ao consumidor final dependerá do repasse das distribuidoras para os postos. Ele também ressaltou que os estoques dos estabelecimentos podem influenciar no tempo e na forma como a redução será sentida pelo consumidor. O economista Eric Gil Dantas, do Observatório Social do Petróleo, alerta para a necessidade de fiscalização, afirmando que distribuidores e postos aumentaram suas margens de distribuição e revenda nos últimos anos, especialmente em momentos de redução de preços pela Petrobras.

Política de Preços da Petrobras e o Cenário Atual

Eric Gil Dantas explica que a Petrobras não adota mais o Preço de Paridade de Importação (PPI) desde maio de 2023. A nova política busca garantir maior estabilidade aos preços internos, embora o mercado internacional continue sendo uma referência.

Componentes do Preço Final da Gasolina

É importante notar que o preço final da gasolina nas bombas é composto por diversos fatores, incluindo:

• Preço de venda da Petrobras às distribuidoras (pouco mais de 30% do valor final)
• Custos de distribuição e revenda
• Custo do etanol anidro
• Impostos estaduais (ICMS)
• Impostos federais (Cide e PIS/Cofins)

O que esperar para o futuro?

Embora a redução anunciada seja um alívio para o bolso do consumidor, a dinâmica do mercado de combustíveis e as políticas internas da Petrobras continuarão a influenciar os preços da gasolina no Brasil. Acompanhar de perto esses fatores será fundamental para entender as futuras variações nos preços e seus impactos na economia.