A Nasa ativou o protocolo de defesa planetária devido ao comportamento imprevisível do cometa interestelar 3I/Atlas. Descoberto em julho de 2025, o cometa tem intrigado cientistas devido a variações inesperadas em seu brilho e trajetória. A Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN) está conduzindo um treinamento especial para aprimorar as medições do cometa, visando fortalecer a preparação contra futuras ameaças espaciais.

Fonte: Gazeta do Povo
Por que a Nasa acionou o protocolo?
O protocolo de defesa planetária é ativado quando há uma ameaça real ou potencial de impacto envolvendo asteroides e cometas. No caso do 3I/Atlas, a ativação se deve às variações inesperadas em seu brilho e trajetória, tornando sua movimentação difícil de prever.
O 3I/Atlas representa um risco para a Terra?
Até o momento, o cometa 3I/Atlas não representa risco de colisão com a Terra. Embora sua trajetória o traga para o sistema solar interno, ele não se aproximará mais do que 270 milhões de quilômetros do nosso planeta.
Qual a composição incomum do cometa?
As análises iniciais indicam que o 3I/Atlas possui uma composição rica em dióxido de carbono (CO2), cerca de oito vezes maior do que a proporção de água presente. Essa característica, combinada com suas dimensões (núcleo entre 440 metros e 5,6 quilômetros), o torna um dos maiores já observados com essa composição.
O "silêncio" da Nasa: o que está por trás?
Apesar do grande interesse do público, o envolvimento da Nasa parece discreto, gerando questionamentos. A explicação oficial é que parte das operações e da capacidade de divulgação da Nasa foi afetada por uma paralisação de verbas no governo dos EUA, conhecida como shutdown. No entanto, essa reserva gerou diversas teorias.
O que dizem os especialistas?
“O que seria estranho de verdade seria um conluio envolvendo democratas e republicanos que provocaria uma interrupção na maioria dos serviços públicos dos EUA apenas para atrasar a divulgação das observações de um objeto cósmico”, afirma Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA).
Cristóvão Jacques, fundador do Observatório SONEAR, desmente as teorias da conspiração sobre o cometa e um suposto risco de colisão com a Terra. Ele explica que a campanha global de observação foi planejada antes da descoberta do cometa e tem como objetivo treinar observadores para melhorar as medições da posição de cometas.
Próximos passos
Após a passagem pelo Sol, o 3I/Atlas voltará a ser visível, mesmo que de forma mais tênue. As agências terão uma segunda chance de capturar dados cruciais. As informações já coletadas por telescópios terrestres e pela ESA continuam sendo processadas e divulgadas. Qual o real motivo de tanto mistério? Essa é a pergunta que não quer calar.
À medida que o 3I/ATLAS se afasta, ele deixará um legado de dados científicos sobre a formação de outros mundos. O cometa interestelar oferece uma oportunidade única para a astronomia moderna, que trava uma corrida contra o tempo para extrair o máximo de dados antes que o cometa retorne ao vazio interestelar.