MG: Mulher morre após comer 'falsa couve' tóxica em almoço familiar

Claviana Nunes da Silva, de 37 anos, morreu na segunda-feira (13) em Patrocínio, Minas Gerais, após ingerir Nicotiana glauca, conhecida como 'falsa couve'. A planta tóxica foi confundida com couve verdadeira e servida em um almoço de família no dia 8 de outubro. Outras três pessoas foram hospitalizadas, sendo que duas permanecem internadas e uma já recebeu alta. O caso reacende o alerta sobre a identificação de plantas comestíveis.

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Fonte: G1

O que aconteceu?

No dia 8 de outubro, Claviana e outros três familiares passaram mal após o almoço em uma chácara na zona rural de Patrocínio. Eles foram socorridos pelo Corpo de Bombeiros, Samu e Polícia Militar, apresentando, inclusive, paradas cardiorrespiratórias. A família havia se mudado recentemente para a propriedade e confundiu a Nicotiana glauca com couve, utilizando-a refogada na refeição.

Quadro clínico dos internados

Além da morte de Claviana, o estado de saúde dos outros internados é o seguinte:

  • Homem, 60 anos: em coma induzido, dependente de ventilação mecânica, com quadro grave e instável.
  • Homem, 64 anos: foi extubado, está estável, mas permanece confuso.
  • Homem, 67 anos: recebeu alta no dia 9 de outubro.

Investigação e análises

A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar o caso, com a principal linha de investigação sendo envenenamento acidental. Amostras da planta foram encontradas na arcada dentária da vítima e encaminhadas para análise na Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte. A Secretaria Municipal de Saúde acompanha o caso com o apoio da Superintendência Regional de Saúde de Uberlândia e do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde.

Como diferenciar a 'falsa couve' da couve verdadeira?

A Nicotiana glauca possui algumas características que a diferenciam da couve comum: folhas mais finas, textura aveludada e coloração verde-acinzentada. A professora Amanda Danuello, especialista em química de produtos naturais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), alerta para a dificuldade na diferenciação visual e recomenda cautela no consumo de plantas de procedência desconhecida.

“Enquanto a couve que a gente consome tem a folha mais grossa e nervuras bem marcadas, a Nicotiana glauca tem um verde mais vivo. Mas, ainda assim, se você não tem uma do lado da outra, fica bastante difícil a diferenciação. A dica é não consumir nada que você não tenha certeza da procedência”, afirmou a especialista.

Riscos da Nicotiana glauca

A Nicotiana glauca, também conhecida como charuteira ou fumo bravo, contém substâncias tóxicas como a anabasina, que pode causar paralisia muscular, respiratória e até a morte. A forma de preparo também influencia na toxicidade da planta. Não existe antídoto para a intoxicação, sendo fundamental procurar atendimento médico imediato em caso de ingestão.

Qual o impacto desse caso?

A morte de Claviana Nunes serve como um alerta para os riscos de consumir plantas desconhecidas. A semelhança entre a 'falsa couve' e a couve verdadeira pode levar a enganos perigosos, como o que vitimou a família em Patrocínio. É crucial obter informações precisas sobre a identificação de plantas comestíveis e evitar o consumo de espécies de origem duvidosa. A orientação de especialistas e a busca por informações confiáveis são essenciais para prevenir casos de intoxicação e garantir a segurança alimentar.

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