Máfia do Cigarro: Bilionário Adilsinho Liga Crime a Facções no Rio

Adilson Oliveira Coutinho Filho, conhecido como Adilsinho, expandiu seu império bilionário da máfia do cigarro no Rio de Janeiro, estabelecendo parcerias com traficantes e milicianos para dominar o mercado ilegal. A Polícia Federal estima que o esquema movimentou cerca de R$ 5 bilhões entre 2015 e 2024, envolvendo corrupção, fraudes e um violento monopólio territorial. Mas como ele ascendeu a esse nível?

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Fonte: G1

Ascensão no Crime Organizado

Adilsinho iniciou sua trajetória no submundo dos cassinos ilegais, criando softwares para máquinas de videobingo adulteradas, as chamadas “draculinhas”. A partir de 2018, ele reinvestiu os lucros do jogo ilegal na produção e comercialização de cigarros clandestinos, replicando a lógica do monopólio e da corrupção para garantir a lucratividade. O esquema envolvia a corrupção de agentes públicos, a imposição de um monopólio territorial e até a parceria com facções criminosas. As autoridades detectaram as digitais do bando do contrabandista em pelo menos 26 crimes ao longo das últimas duas décadas.

Parceria com Tráfico e Milícia

Entre 2018 e 2024, o grupo de Adilsinho estabeleceu parcerias com traficantes e milicianos para se tornar o único fornecedor de cigarros ilegais no Rio de Janeiro. Essa aliança criminosa garantiu a distribuição do cigarro Gift, produzido em fábricas clandestinas, em áreas dominadas por diferentes facções, gerando um faturamento estimado de R$ 350 milhões.

Segundo a Polícia Federal, a máfia mantinha com traficantes e milicianos uma “parceria duradoura e divisão de lucros decorrentes da fabricação e comercialização de cigarros clandestinos”.

Monopólio Violento

Para consolidar o monopólio, a organização criminosa recorreu à violência, cometendo pelo menos 27 crimes, incluindo tentativas de homicídio, assassinatos e sequestros. Ex-integrantes do grupo e possíveis rivais no mercado foram alvos de execuções, enquanto comerciantes que se recusavam a vender os cigarros da quadrilha também foram mortos. A Policia Civil do Rio apura a ligação dele e de seus seguranças em mais de 20 crimes violentos, incluindo homicídios, sequestros e tentativas de assassinato. Em parte desses casos, Adilsinho aparece como possível mandante.

Exploração de Trabalhadores Paraguayos

As investigações revelaram que Adilsinho utilizava fábricas clandestinas para a produção dos cigarros ilegais, explorando trabalhadores paraguaios em condições análogas à escravidão. Desde 2022, cerca de 70 trabalhadores foram resgatados dessas fábricas, que operavam em diversas cidades do Rio de Janeiro e em outros estados, como Minas Gerais e Espírito Santo.

A PF aponta que, a partir de 2018, Adilsinho passou a reinvestir o dinheiro do jogo ilegal na produção e comercialização de cigarros clandestinos, vendidos abaixo do preço mínimo de R$ 6,50 por maço, fixado por decreto. Para garantir os lucros, replicou no novo negócio a mesma lógica da contravenção: monopólio territorial, corrupção de agentes públicos e fraude fiscal.

A Busca por Adilsinho

Atualmente foragido, Adilsinho possui dois mandados de prisão: um expedido pela Justiça Federal, que o aponta como chefe da máfia dos cigarros, e outro pela Justiça do Rio, onde responde como mandante de assassinatos de rivais no jogo do bicho. As autoridades continuam as buscas para capturar o criminoso e desmantelar sua organização.

Influência no Carnaval e no Futebol

Além de seus negócios ilícitos, Adilsinho exerce influência no meio carnavalesco, sendo apontado como patrono da escola de samba Salgueiro. Ele também fundou o Clube Atlético Barra da Tijuca, time de futebol que disputa as divisões inferiores do Campeonato Carioca. A trajetória de Adilsinho demonstra como o crime organizado se infiltra em diferentes setores da sociedade, utilizando a violência e a corrupção para manter seu poder e expandir seus domínios.

O Que Vem a Seguir?

Com as investigações em andamento e a busca por Adilsinho intensificada, o futuro de sua organização criminosa é incerto. Resta saber se as autoridades conseguirão desmantelar completamente o esquema e responsabilizar todos os envolvidos, interrompendo o ciclo de violência e impunidade que alimenta a máfia do cigarro no Rio de Janeiro. O caso levanta questões sobre a eficácia das políticas de combate ao crime organizado e a necessidade de fortalecer a fiscalização e a punição de crimes como o contrabando, a exploração de trabalhadores e a corrupção de agentes públicos. Afinal, qual será o impacto dessas revelações na segurança pública e na economia do estado?

A Polícia Civil do Rio apura a ligação dele e de seus seguranças em mais de 20 crimes violentos, incluindo homicídios, sequestros e tentativas de assassinato. Em parte desses casos, Adilsinho aparece como possível mandante.

  • 2015-2024: Período em que a quadrilha movimentou R$ 5 bilhões.
  • 27 crimes: Número de atos violentos ligados ao esquema.
  • 70 paraguaios: Quantidade de trabalhadores resgatados de condições análogas à escravidão.

O esquema envolvia a corrupção de agentes públicos, a imposição de um monopólio territorial e até a parceria com facções criminosas. As autoridades detectaram as digitais do bando do contrabandista em pelo menos 26 crimes ao longo das últimas duas décadas.

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