Adilson Oliveira Coutinho Filho, conhecido como Adilsinho, expandiu seu império bilionário da máfia do cigarro no Rio de Janeiro, estabelecendo parcerias com traficantes e milicianos para dominar o mercado ilegal. A Polícia Federal estima que o esquema movimentou cerca de R$ 5 bilhões entre 2015 e 2024, envolvendo corrupção, fraudes e um violento monopólio territorial. Mas como ele ascendeu a esse nível?
/https://i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/N/w/3yfiaqSumNLviGZRqFsA/24op3.jpg)
Fonte: G1
Ascensão no Crime Organizado
Adilsinho iniciou sua trajetória no submundo dos cassinos ilegais, criando softwares para máquinas de videobingo adulteradas, as chamadas “draculinhas”. A partir de 2018, ele reinvestiu os lucros do jogo ilegal na produção e comercialização de cigarros clandestinos, replicando a lógica do monopólio e da corrupção para garantir a lucratividade. O esquema envolvia a corrupção de agentes públicos, a imposição de um monopólio territorial e até a parceria com facções criminosas. As autoridades detectaram as digitais do bando do contrabandista em pelo menos 26 crimes ao longo das últimas duas décadas.
Parceria com Tráfico e Milícia
Entre 2018 e 2024, o grupo de Adilsinho estabeleceu parcerias com traficantes e milicianos para se tornar o único fornecedor de cigarros ilegais no Rio de Janeiro. Essa aliança criminosa garantiu a distribuição do cigarro Gift, produzido em fábricas clandestinas, em áreas dominadas por diferentes facções, gerando um faturamento estimado de R$ 350 milhões.
Segundo a Polícia Federal, a máfia mantinha com traficantes e milicianos uma “parceria duradoura e divisão de lucros decorrentes da fabricação e comercialização de cigarros clandestinos”.
Monopólio Violento
Para consolidar o monopólio, a organização criminosa recorreu à violência, cometendo pelo menos 27 crimes, incluindo tentativas de homicídio, assassinatos e sequestros. Ex-integrantes do grupo e possíveis rivais no mercado foram alvos de execuções, enquanto comerciantes que se recusavam a vender os cigarros da quadrilha também foram mortos. A Policia Civil do Rio apura a ligação dele e de seus seguranças em mais de 20 crimes violentos, incluindo homicídios, sequestros e tentativas de assassinato. Em parte desses casos, Adilsinho aparece como possível mandante.
Exploração de Trabalhadores Paraguayos
As investigações revelaram que Adilsinho utilizava fábricas clandestinas para a produção dos cigarros ilegais, explorando trabalhadores paraguaios em condições análogas à escravidão. Desde 2022, cerca de 70 trabalhadores foram resgatados dessas fábricas, que operavam em diversas cidades do Rio de Janeiro e em outros estados, como Minas Gerais e Espírito Santo.
A PF aponta que, a partir de 2018, Adilsinho passou a reinvestir o dinheiro do jogo ilegal na produção e comercialização de cigarros clandestinos, vendidos abaixo do preço mínimo de R$ 6,50 por maço, fixado por decreto. Para garantir os lucros, replicou no novo negócio a mesma lógica da contravenção: monopólio territorial, corrupção de agentes públicos e fraude fiscal.
A Busca por Adilsinho
Atualmente foragido, Adilsinho possui dois mandados de prisão: um expedido pela Justiça Federal, que o aponta como chefe da máfia dos cigarros, e outro pela Justiça do Rio, onde responde como mandante de assassinatos de rivais no jogo do bicho. As autoridades continuam as buscas para capturar o criminoso e desmantelar sua organização.
Influência no Carnaval e no Futebol
Além de seus negócios ilícitos, Adilsinho exerce influência no meio carnavalesco, sendo apontado como patrono da escola de samba Salgueiro. Ele também fundou o Clube Atlético Barra da Tijuca, time de futebol que disputa as divisões inferiores do Campeonato Carioca. A trajetória de Adilsinho demonstra como o crime organizado se infiltra em diferentes setores da sociedade, utilizando a violência e a corrupção para manter seu poder e expandir seus domínios.
O Que Vem a Seguir?
Com as investigações em andamento e a busca por Adilsinho intensificada, o futuro de sua organização criminosa é incerto. Resta saber se as autoridades conseguirão desmantelar completamente o esquema e responsabilizar todos os envolvidos, interrompendo o ciclo de violência e impunidade que alimenta a máfia do cigarro no Rio de Janeiro. O caso levanta questões sobre a eficácia das políticas de combate ao crime organizado e a necessidade de fortalecer a fiscalização e a punição de crimes como o contrabando, a exploração de trabalhadores e a corrupção de agentes públicos. Afinal, qual será o impacto dessas revelações na segurança pública e na economia do estado?
A Polícia Civil do Rio apura a ligação dele e de seus seguranças em mais de 20 crimes violentos, incluindo homicídios, sequestros e tentativas de assassinato. Em parte desses casos, Adilsinho aparece como possível mandante.
- 2015-2024: Período em que a quadrilha movimentou R$ 5 bilhões.
- 27 crimes: Número de atos violentos ligados ao esquema.
- 70 paraguaios: Quantidade de trabalhadores resgatados de condições análogas à escravidão.
O esquema envolvia a corrupção de agentes públicos, a imposição de um monopólio territorial e até a parceria com facções criminosas. As autoridades detectaram as digitais do bando do contrabandista em pelo menos 26 crimes ao longo das últimas duas décadas.