Greve Surpresa Paralisa Transporte em Campo Grande, MS; Serviço Normalizado

Uma paralisação inesperada de funcionários do transporte coletivo paralisou a circulação de ônibus em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, na manhã desta quarta-feira, 22 de outubro de 2025. A greve, motivada por atrasos no pagamento do adiantamento salarial, também conhecido como 'vale', afetou milhares de usuários entre 5h e 6h30, horário local. A circulação foi normalizada após negociação, mas o incidente expôs tensões financeiras no setor.

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Fonte: G1

Reivindicações e Negociações

Segundo Demétrio Freitas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano, o Consórcio Guaicurus alegou falta de recursos devido à inadimplência da prefeitura.

"O Consórcio Guaicurus disse que não vai conseguir honrar com o pagamento do vale. Segundo eles, não há dinheiro porque a prefeitura está deixando de pagar e que, por isso, não vamos receber e não tem data para isso acontecer."

A Prefeitura de Campo Grande informou que está apurando as causas da interrupção junto ao consórcio. O Consórcio Guaicurus, por sua vez, lamentou o transtorno e admitiu enfrentar severas restrições financeiras, com insuficiência de recursos para cumprir obrigações salariais, fiscais e contratuais.

Impacto nos Usuários e Alternativas

A paralisação pegou muitos usuários de surpresa, causando transtornos significativos. Elza Ferreira, que trabalha em serviços gerais, relatou o impacto na sua rotina. Além disso, o preço de viagens por aplicativo mais que dobrou durante o período da greve, afetando também quem buscava alternativas ao transporte público.

Dívida Pública e Possíveis Soluções

De acordo com Epaminondas Papy (PSDB), presidente da Câmara de Vereadores, a paralisação foi motivada por um atraso nos repasses de R$ 9,5 milhões por parte do Governo do Estado e da prefeitura, referentes ao transporte de estudantes das redes públicas. A dívida do Governo do Estado soma pouco mais de R$ 6 milhões, e a da prefeitura supera os R$ 3 milhões.

Ações da Câmara Municipal

A Comissão de Transporte Coletivo da Câmara Municipal convocou uma reunião de urgência para tratar do assunto. O vereador Lívio Leite, presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), informou que o Consórcio enviou ofícios à Câmara alertando para a falta de pagamento da prefeitura, sinalizando o risco da falta de pagamento aos funcionários.

  • 20 de setembro: Primeiro alerta sobre o risco de paralisação.
  • 13 de outubro: Consórcio cobra novamente o repasse.
  • 20 de outubro: Novo ofício é enviado, sem manifestação da prefeitura.

Próximos Passos

O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano convocou uma assembleia para o dia 27 de outubro de 2025, onde serão definidos os rumos do movimento. Demétrio de Freitas alertou para a possibilidade de uma greve por tempo indeterminado ou uma paralisação de 72 horas caso não haja garantia de que os atrasos não se repetirão. Como a questão será resolvida e qual o futuro do transporte público na cidade?

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