Enem 2025: Redação aborda 'brain rot' e vício em telas; veja dicas

A redação do Enem 2025 poderá abordar o impacto da cultura digital e o vício em telas na saúde mental dos jovens. O termo "brain rot", eleito como a 'palavra do ano' pela Universidade de Oxford, descreve o consumo excessivo de conteúdo superficial e fragmentado nas plataformas digitais. Educadores e especialistas alertam para os efeitos da hiperconectividade, como a dependência e a redução da concentração, além de dicas para alcançar a nota máxima.

O que é 'brain rot' e por que é relevante para o Enem?

O conceito de "brain rot" (apodrecimento do cérebro) refere-se ao consumo excessivo de conteúdo digital superficial, como vídeos curtos e memes, que podem levar à redução da capacidade de concentração e ao comprometimento do desenvolvimento intelectual. Maria Aparecida Custódio, professora de redação, utiliza o termo para debater como o hábito de 'ficar rolando videozinho sem parar' gera dependência.

Impacto da hiperconectividade na saúde mental

O Brasil é um dos países com maior tempo de uso diário de internet. Segundo o Relatório Digital 2024, os brasileiros passam, em média, 9 horas e 13 minutos por dia nas redes sociais. Essa imersão digital intensa tem provocado alertas de educadores e especialistas em saúde mental. André Barbosa, professor, explica que 'o uso intenso de redes sociais por crianças e jovens interfere em sua autoestima, percepção de mundo, comportamento e saúde mental'. Desde 2018, a OMS (Organização Mundial da Saúde) reconhece a dependência digital como um transtorno mental.

Como abordar o tema na redação

Para se preparar para o tema, o estudante pode buscar repertórios que relacionem tecnologia e comportamento humano. O conceito de brain rot é um ponto de partida contemporâneo, pois sintetiza o impacto do consumo passivo de informações irrelevantes. É importante discutir a perda de capacidade analítica e o vício em estímulos imediatos, problemas que afetam a saúde mental e o aprendizado.

Dicas do MEC para uma redação nota 10

O MEC (Ministério da Educação) e o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) divulgaram a Cartilha do Participante para a Redação do Enem 2025, com orientações para os estudantes. A principal recomendação é evitar frases e ideias prontas ou genéricas, explorando o repertório autoral para demonstrar coesão e conhecimento do tema. A cartilha alerta contra o 'repertório de bolso' ou 'citações coringa', que são referências prontas e memorizadas para diversos temas. Seu uso genérico tira a credibilidade da argumentação, pouco aprofunda os assuntos e pode levar o participante a desviar da proposta solicitada, sem demonstrar o domínio de conteúdo esperado.

O que evitar na redação, segundo o Governo Federal

A Cartilha do Participante Enem 2025 ressalta a importância do desenvolvimento da redação, instruindo que o uso de repertório de bolso seja feito com cautela. Utilizado para referência pronta, memorizada e genérica, o repertório de bolso é apontado como um recurso que descredibiliza o texto e não demonstra domínio de conteúdo. Fazer citações sem articulação com os argumentos do texto pode comprometer a estrutura geral da redação do Enem. Mesmo que o recurso de repertório de bolso esteja pertinente ao tema, é importante demonstrar autoria e produtividade intelectual. O material está disponível no portal do Inep.

Competências avaliadas e critérios de avaliação

A redação do Enem exige um texto dissertativo-argumentativo de até 30 linhas, elaborado com base na frase temática, nos textos motivadores e no conhecimento do estudante. Dois avaliadores corrigem cada redação, atribuindo notas de 0 a 200 pontos em cinco competências. A nota final, que pode alcançar 1.000 pontos, resulta da média aritmética dessas duas avaliações. É crucial estar ciente das condições que resultam em nota zero: fuga do tema, texto com menos de oito linhas, inserção de trechos deliberadamente desconectados do assunto, desobediência à estrutura dissertativo-argumentativa ou desrespeito à seriedade do exame.

O futuro da redação do Enem e a saúde mental

A discussão sobre o impacto da cultura digital na saúde mental deve continuar relevante nos próximos anos, com o Enem adaptando-se para refletir as preocupações da sociedade em relação ao uso da tecnologia e suas consequências. Fica evidente a necessidade de promover o uso consciente das redes sociais e o desenvolvimento da autonomia digital, destacando o papel da educação e da informação na prevenção de problemas de saúde mental.

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