Os Estados Unidos enfrentam uma ameaça nuclear iminente no filme "Casa de Dinamite" (A House of Dynamite, 2025), dirigido por Kathryn Bigelow, já disponível na Netflix desde sexta-feira (24). A trama acompanha 18 minutos cruciais em que oficiais do governo americano correm contra o tempo para identificar a origem de um míssil intercontinental (ICBM) e decidir sobre uma possível retaliação, colocando em xeque a segurança nacional e a diplomacia global.

Fonte: GZH
A Tensão em Tempo Real
O filme, indicado ao Leão de Ouro no Festival de Veneza de 2025, destaca-se pela narrativa em tempo real, acompanhando as decisões críticas tomadas em salas de crise. Com Idris Elba, Rebecca Ferguson e Gabriel Basso no elenco principal, a produção explora os dilemas éticos e operacionais enfrentados pela equipe de segurança nacional sob intensa pressão.
O Formato Narrativo e o Dilema Americano
O roteiro, assinado por Noah Oppenheim, divide a trama em três atos que se passam simultaneamente, mostrando diferentes perspectivas sobre o mesmo período de 18 minutos. O espectador acompanha a ação da Sala de Situação da Casa Branca, do Comando Estratégico dos EUA (STRATCOM) e do Presidente dos Estados Unidos. Essa estrutura, embora eficaz na construção da tensão, pode, segundo alguns críticos, prejudicar o envolvimento do público com os personagens.
Quem Lançou o Míssil?
A identidade do responsável pelo lançamento do míssil é mantida em segredo, com o filme sugerindo diversas possibilidades: um país, um grupo terrorista ou até mesmo um capitão de submarino descontente. A diretora Kathryn Bigelow explica que o verdadeiro antagonista não é uma pessoa ou nação específica, mas sim o próprio sistema de proliferação nuclear.
Falha na Interceptação
A tentativa de interceptar o míssil falha, transformando a tensão em tragédia. O 59º Batalhão de Defesa de Mísseis lança dois Mísseis Interceptores Baseados em Terra (GBIs), mas o primeiro falha e o segundo não consegue se conectar com o alvo. Este momento é devastador, deixando os oficiais em desespero.
O Destino do Secretário de Defesa
O Secretário de Defesa Reid Baker (interpretado por Jared Harris) enfrenta um drama pessoal, pois sua filha mora em Chicago, o alvo provável do míssil. Após uma conversa final com ela, Baker decide não se refugiar no bunker de Raven Rock e comete suicídio.
Um Final em Aberto
“Casa de Dinamite” termina com o Presidente dos Estados Unidos (Idris Elba) prestes a tomar a decisão sobre a retaliação. O filme não mostra se o míssil atinge Chicago ou qual é a decisão final do presidente, deixando o destino do mundo em suspenso. Para Bigelow, esse final ambíguo é um convite à reflexão sobre a proliferação nuclear e o poder de decisão nas mãos de uma única pessoa.
Sem Continuação?
Apesar do final em aberto, não há confirmação de uma possível sequência. O roteirista Noah Oppenheim esclareceu que a falta de respostas é intencional, pois o objetivo do filme é gerar um debate sobre o tema. A diretora Kathryn Bigelow também nunca fez sequências para seus filmes anteriores, o que diminui a probabilidade de "Casa de Dinamite 2".
Reflexão sobre o Armamentismo
"Casa de Dinamite" é uma reflexão sobre os limites da autoridade, a responsabilidade governamental e os riscos de escalada em tempos de incerteza. O filme convida o público a questionar o armamentismo e o poder destrutivo nas mãos de líderes mundiais, deixando uma sensação de apreensão e a pergunta: o que faremos agora?