O icônico estádio San Siro, lar dos clubes de futebol Milan e Inter de Milão, está programado para ser demolido após a aprovação da venda do terreno aos clubes pela prefeitura de Milão. A decisão, anunciada nesta terça-feira (30), abre caminho para a construção de uma nova arena, marcando o fim de uma era para o estádio que completa um século de história em 2026. Mas, afinal, qual o futuro do lendário estádio?
Fonte: Folha de S.Paulo
Venda e Futuro do San Siro
Após 11 horas de debate, a prefeitura de Milão aprovou a venda do estádio aos clubes por 197 milhões de euros (aproximadamente R$ 1,2 bilhão). Milan e Inter, que compartilham o estádio, planejam construir uma nova arena moderna ao lado do San Siro, com o objetivo de aumentar a receita dos dias de jogos. A expectativa é que o novo estádio tenha capacidade para 71.500 torcedores.
Os clubes emitiram um comunicado conjunto celebrando a decisão:
“AC Milan e FC Internazionale Milano estão satisfeitos com a aprovação, por parte do Conselho Municipal, da venda do San Siro e de sua área circundante: um passo histórico e decisivo para o futuro dos Clubes e da Cidade.”
O San Siro continuará a ser utilizado até a conclusão da nova arena, quando então será demolido para dar lugar a um estacionamento.
História e Legado
Inaugurado em 1926, o San Siro, oficialmente conhecido como Giuseppe Meazza, é um dos estádios mais emblemáticos do mundo. Sua construção foi fortemente influenciada pelo estilo inglês, refletindo as origens britânicas do Milan. Ao longo de sua história, o estádio sediou inúmeros jogos memoráveis, incluindo a semifinal da Copa do Mundo de 1934.
O estádio passou por diversas expansões ao longo dos anos, atingindo uma capacidade de 85.700 assentos. Em 1947, a Inter de Milão também passou a mandar seus jogos no San Siro, dividindo o estádio com o Milan. Em 1980, o estádio foi renomeado Giuseppe Meazza em homenagem ao lendário jogador que atuou pelos dois clubes, mas o nome San Siro permaneceu popular entre os torcedores.
Novo Estádio e Impacto
A construção do novo estádio é vista como vital para que Milan e Inter possam competir financeiramente com outros grandes clubes europeus. A nova arena atenderá aos padrões internacionais mais elevados e se tornará um novo ícone arquitetônico para Milão. Os clubes contrataram os escritórios de arquitetura Foster + Partners e Manica para projetar o novo estádio.
A demolição do San Siro marca o fim de uma era, mas também representa um passo em direção ao futuro para o futebol em Milão. Os clubes esperam que o novo estádio impulsione o crescimento e o sucesso de ambas as equipes.
Repercussão da Decisão
A decisão de demolir o San Siro gerou reações mistas entre os torcedores e a comunidade do futebol. Alguns lamentam a perda de um estádio histórico, enquanto outros veem a construção de uma nova arena como necessária para o futuro dos clubes.
A venda foi aprovada graças à abstenção dos vereadores do partido 'Forza Italia', fundado pelo falecido ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que foi proprietário do Milan. Os partidos de extrema-direita Liga e "Fratelli d'Italia" votaram contra a proposta, assim como alguns vereadores da maioria de esquerda que apoia o governo local.
Com a demolição programada, o San Siro se prepara para seus últimos anos de história, enquanto Milan e Inter olham para o futuro com a construção de sua nova casa.
Se a venda for concretizada antes de 10 de novembro, quando entra em vigor uma ordem de proteção aos edifícios públicos que impediria a demolição do San Siro, Inter e Milan assumirão o controle de mais de 28 hectares de terrenos públicos em uma área densamente povoada em um subúrbio na zona oeste de Milão. O novo San Siro, com capacidade para 71.500 torcedores, deverá ser inaugurado em 2031.