Luiz Inácio Lula da Silva abrirá a Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira, 23 de setembro de 2025, em Nova York, seguido por Donald Trump. A expectativa é de discursos contrastantes, refletindo tensões bilaterais e visões opostas sobre multilateralismo, soberania e comércio global. O evento ocorre em um momento de delicada relação entre Brasil e Estados Unidos, marcado por sanções e críticas mútuas.
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Fonte: G1
O Discurso de Lula: Multilateralismo e Soberania
O presidente Lula deve focar seu discurso na defesa do multilateralismo e da soberania nacional, temas que ganham ainda mais relevância em meio às tensões com os Estados Unidos. A expectativa é que ele critique o protecionismo americano e defenda a necessidade de reformas em organizações como a OMC. Lula também deve abordar a importância da autonomia das instituições brasileiras e a questão ambiental, promovendo o Fundo Florestas Tropicais para Sempre. Qual será o impacto de seu discurso no cenário internacional?
Trump e a Política de 'America First'
Donald Trump, por sua vez, deve justificar as tarifas impostas como medida de proteção à indústria americana, reiterando sua política de "America First". Ele também deve intensificar as críticas às organizações internacionais, acusando-as de ineficiência. A questão palestina também será um ponto central, com Trump reiterando seu apoio a Israel e criticando o reconhecimento da Palestina por outros países. As falas de Trump devem contrastar fortemente com as de Lula, acentuando as divergências entre os dois países.
Tensão Bilateral e Possíveis Encontros
Embora não haja um encontro formal agendado, existe a possibilidade de que Lula e Trump se cruzem nos corredores da ONU. No entanto, assessores presidenciais indicam que, no máximo, pode haver um breve aperto de mãos. As recentes sanções americanas contra autoridades brasileiras, incluindo familiares de ministros do STF, aumentaram a tensão bilateral, tornando o ambiente ainda mais carregado. A exclusão dos EUA do evento “Em Defesa da Democracia e Contra o Extremismo”, articulado pelo Brasil, é mais um indicativo do momento delicado nas relações.
Relevância Histórica do Discurso Brasileiro
O Brasil tem a tradição de abrir os discursos na Assembleia Geral da ONU desde 1955. Essa prática se consolidou devido à disposição do país em iniciar os trabalhos quando outras nações hesitavam. A manutenção dessa tradição reforça a visibilidade internacional do Brasil no cenário diplomático e demonstra seu compromisso com o multilateralismo.
Temas Centrais dos Discursos
- Lula: Defesa do multilateralismo, soberania nacional, cooperação internacional, agenda progressista voltada para direitos sociais e sustentabilidade, reformas no Conselho de Segurança da ONU, combate às mudanças climáticas (COP30).
- Trump: Política de "America First", justificativa para medidas unilaterais, cortes de financiamento à ONU, críticas a propostas ambientais globais, apoio a Israel e críticas ao reconhecimento da Palestina.
Impacto e Desdobramentos
Os discursos de Lula e Trump na Assembleia Geral da ONU devem refletir as profundas divergências entre os dois países e as diferentes visões sobre o futuro da ordem internacional. As falas podem influenciar as relações bilaterais e multilaterais, além de moldar o debate sobre temas como comércio, meio ambiente e direitos humanos. O mundo estará atento às mensagens transmitidas pelos dois líderes.
A Crise Diplomática Brasil-EUA
A participação do Brasil na Assembleia Geral da ONU ocorre em meio à pior crise diplomática em mais de 200 anos de relações com os Estados Unidos. As sanções impostas pelo governo Trump contra autoridades brasileiras, incluindo familiares de ministros do STF, evidenciam a fragilidade da relação bilateral. A expectativa é que Lula utilize seu discurso para defender a soberania nacional e criticar a interferência externa nos assuntos internos do Brasil.
Composição da Comitiva Brasileira
Lula estará acompanhado por uma comitiva de ministros, incluindo Mauro Vieira (Relações Exteriores), Marina Silva (Meio Ambiente) e Márcia Lopes (Mulheres). A composição da equipe enfrentou dificuldades devido às restrições de vistos impostas pelos EUA. Este fato demonstra o nível de tensão nas relações entre os dois países.
O Futuro das Relações Bilaterais
O futuro das relações entre Brasil e Estados Unidos é incerto. Os discursos de Lula e Trump na Assembleia Geral da ONU serão cruciais para definir o tom das negociações e para identificar possíveis áreas de cooperação. No entanto, a persistência de divergências em temas como comércio, meio ambiente e direitos humanos pode dificultar a construção de uma agenda positiva para os dois países. O cenário político interno em ambos os países também deve influenciar a dinâmica das relações bilaterais nos próximos anos.