Lobby da J&F 'selou' a 'química' Trump-Lula após tarifaço, dizem fontes

A aproximação entre Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva, que culminou em elogios mútuos na Assembleia-Geral da ONU, teve um importante capítulo nos bastidores: a atuação da J&F, empresa dos irmãos Wesley e Joesley Batista, junto ao governo americano. Representantes da empresa conseguiram demonstrar os impactos negativos do tarifaço para os consumidores dos EUA, pavimentando o caminho para o entendimento entre os líderes.

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Fonte: G1

O Cacife da J&F nos EUA

A J&F possui uma presença significativa nos Estados Unidos, empregando 75 mil pessoas no país, em comparação com 180 mil no Brasil. Com operações em setores como frango, carne bovina, suínos e alimentos processados, a empresa se tornou uma voz influente em Washington.

Como o Tarifaço Impactou os Consumidores Americanos

Os representantes da J&F alertaram o governo Trump sobre os efeitos do tarifaço, principalmente em produtos consumidos pelas classes mais baixas, como hambúrgueres e recheios de tacos. Essa argumentação focada no impacto ao consumidor americano foi fundamental para sensibilizar a administração Trump.

Encontro Privado e Tons Conciliadores

Donald Trump tem demonstrado comportamentos contrastantes em público e privado. Enquanto em discursos públicos adota um tom agressivo, em encontros privados costuma ser mais conciliador e receptivo a elogios e demonstrações de respeito. Essa dualidade foi observada em suas interações com diversos líderes mundiais, incluindo Lula.

O Que Estava em Jogo?

A aproximação entre os dois governos visava a negociação de questões comerciais, em vez de questões políticas. A atuação de empresas como Embraer e JBS fortaleceu a ala dentro do governo Trump que defendia um diálogo focado no comércio entre os dois países.

Atuação de Joesley Batista

Joesley Batista teve um encontro com Trump semanas antes do aceno a Lula na ONU. Na reunião, discutiu o tarifaço de 50% aplicado pelos EUA contra produtos brasileiros, que afeta o setor de carne. Outro tema abordado foi a importação de celulose pelos EUA.

O Que Esperar?

Após a demonstração de "química" entre Trump e Lula na ONU, espera-se que os dois líderes se encontrem em breve para discutir o tarifaço e outros temas de interesse mútuo. A atuação dos empresários brasileiros, em especial da J&F, foi crucial para criar um ambiente favorável ao diálogo e à negociação entre os dois países.

A Pilgrim’s Pride, marca da JBS, realizou a maior doação individual de uma empresa para a cerimônia de posse de Trump: US$ 5 milhões, de acordo com relatório apresentado à Comissão Federal Eleitoral (FEC).

Celulose Brasileira é Beneficiada

Em 5 de setembro, Trump retirou a tarifa de 10% sobre a celulose importada pelos EUA, beneficiando a indústria brasileira. Em 2024, o Brasil exportou 2,8 milhões de toneladas de celulose para os EUA, representando cerca de 15% das vendas totais do produto para o exterior.

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