CPI dos Pancadões: Bate-boca entre 'Chavoso' e vereador

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Pancadões em São Paulo terminou em um acalorado debate na sexta-feira (29/08/2025), entre o vereador Rubinho Nunes (União Brasil) e o professor Thiago Torres, conhecido como 'Chavoso da USP'. O embate ocorreu após Torres afirmar que o crime organizado atua na Câmara Municipal.

Contexto da CPI

Instalada em maio, a CPI investiga falhas da prefeitura na fiscalização de festas clandestinas, conhecidas como pancadões, e possíveis vínculos com o crime organizado. A investigação busca esclarecer omissões na fiscalização de eventos que causam perturbação do sossego público.

O confronto

Questionado sobre a presença do crime organizado nas periferias, Torres respondeu que ele 'existe em todo lugar', incluindo 'dentro desta Casa'. Essa declaração provocou a ira de Nunes, que exigiu a identificação de parlamentares ligados ao crime organizado, especificamente ao PCC. A resposta evasiva de Torres gerou uma intensa discussão, com Nunes chegando a ameaçar dar 'voz de prisão' a Torres por 'testemunho falso'.

Outras acusações

Além da acusação de ligação com o crime organizado, a CPI também investiga suspeitas sobre a presença de adolescentes nos eventos, hipersexualização nas músicas e consumo de drogas e bebidas alcoólicas.

Torres, conhecido por criticar a criminalização da juventude negra e periférica e o preconceito contra o funk, disse que sua convocação à CPI foi uma tentativa de ganhar visibilidade. Ele alegou que a CPI busca produzir conteúdo com cortes de vídeos para ganhar seguidores nas redes sociais.

Reações e desdobramentos

Após o incidente, Nunes solicitou ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP) que investigue a fala de Torres por possível falso testemunho. A Câmara Municipal ainda não se pronunciou oficialmente sobre o acionamento do MP-SP. A CPI foi prorrogada por mais 120 dias.

A sessão contou com a participação de diversos vereadores, incluindo Kenji Ito (Podemos), Lucas Pavanato (PL), Cris Monteiro (Novo), Amanda Paschoal (PSOL) e Keit Lima (PSOL).

G1
Imagem obtida do site: G1

O incidente levanta questionamentos sobre os limites do debate político e a condução das investigações da CPI.

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