Após o anúncio de sanções americanas a ministros do STF, aliados de Bolsonaro alegam que o bloqueio do sistema GPS no Brasil é uma possibilidade. A informação, divulgada pela Folha de S.Paulo, gerou debate sobre a viabilidade dessa ação. Especialistas em telecomunicações, no entanto, afirmam que a probabilidade de um bloqueio total é baixa, devido à natureza do sistema GPS e às consequências geopolíticas.
Como funciona o GPS?
O Sistema de Posicionamento Global (GPS) utiliza uma rede de 24 satélites, distribuídos em órbitas ao redor da Terra, para fornecer informações de localização precisas. Criado pelo Departamento de Defesa dos EUA, o sistema foi inicialmente voltado para fins militares, mas hoje é amplamente utilizado em diversas aplicações civis. Cada satélite transmite um sinal de rádio contendo informações sobre sua posição e o horário exato, permitindo que receptores terrestres calculem sua localização por meio de triangulação. A precisão do sistema depende da recepção de sinais de pelo menos quatro satélites.
Viabilidade de um bloqueio
De acordo com Eduardo Tude, presidente da Teleco, consultoria em telecomunicações, bloquear o sinal do GPS apenas para o Brasil seria praticamente inviável. Os sinais dos satélites são unidirecionais e alcançam receptores em todo o mundo. Interferir no sinal para um país específico afetaria inevitavelmente regiões vizinhas, sendo um ato de sabotagem. Tude compara a situação com a TV aberta, afirmando que bloquear o sinal em apenas um local requereria um sistema de codificação, diferente do GPS.
Alternativas e impactos
Embora um bloqueio total seja improvável, a possibilidade de interferência localizada, conhecida como jamming, existe. Esta técnica utiliza transmissores potentes para neutralizar o sinal original dos satélites. Outros sistemas de geolocalização, como o russo GLONASS, o chinês BeiDou e o europeu Galileo, estão disponíveis e muitos dispositivos modernos são compatíveis com múltiplas constelações. Uma restrição do GPS impactaria setores como transportes, telecomunicações e finanças, mas não resultaria em uma paralisação total.
Reações e contexto político
O ministro aposentado do STF, Celso de Mello, criticou as sanções americanas e pediu a punição daqueles que conspiram contra o Brasil, referindo-se a bolsonaristas como "quislings". O governo brasileiro, por sua vez, criou um grupo para desenvolver um plano de "GPS nacional", buscando maior independência tecnológica em meio às tensões com os EUA. A preocupação com um possível bloqueio do GPS por parte dos EUA tem gerado debates e ações diversas no Brasil.
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