A aguardada terceira temporada de Round 6 chegou à Netflix, prometendo um final explosivo para a saga de Gi-hun e seus companheiros. No entanto, as críticas apontam para uma conclusão irregular, um anticlímax que deixa muitos espectadores com um gostinho amargo na boca. A Rolling Stone Brasil e o Blog do Esmael concordam: a temporada sofre de problemas de ritmo, personagens mal desenvolvidos e um enredo que se arrasta em votações repetitivas e desnecessárias, roubando a energia dos jogos mortais que fizeram a série um sucesso global.
A primeira temporada de Round 6 foi um fenômeno global, conquistando o público com sua crítica social contundente e jogos brutais que refletiam a desigualdade e a ganância dos ultrarricos. A segunda temporada, porém, já sinalizava o esgotamento criativo do diretor Hwang Dong-hyuk, diluindo a tensão e o ritmo implacável que caracterizaram a primeira temporada. A divisão da ideia original em múltiplas temporadas comprometeu a narrativa, esticando o enredo e perdendo a força do impacto inicial.
A terceira temporada piora a situação. O ritmo lento é ainda mais evidente, com os jogos se arrastando e as constantes votações dos sobreviventes quebrando a dinâmica e a tensão da competição. A própria participação dos VIPs, que antes observavam em silêncio, agora se envolvem em comentários irônicos e desnecessários sobre as votações, dando a impressão de uma série comprometida com a quantidade de episódios em detrimento da qualidade da narrativa.
Apesar da continuação da jornada de Gi-hun, interpretado magistralmente por Lee Jung-jae, muitos personagens novos, como a personagem trans Cho Hyun-ju (Park Sung-hoon) e a dupla mãe e filho Jang Geum-ja (Kang Ae-shim) e Park Yong-sik (Yang Dong-geun), não recebem o desenvolvimento necessário, tornando seus conflitos pouco impactantes. A memória dos eventos da segunda temporada se torna crucial para a compreensão da trama, criando uma barreira para os espectadores menos atentos. A cena final, onde Gi-hun se sacrifica para garantir a sobrevivência do bebê, deveria ser um momento grandioso e emocionante, mas a falta de fôlego da temporada minimiza o seu impacto.
A trama dos personagens fora do jogo também decepciona. A invasão da desertora norte-coreana Kang No-eul ao escritório do Front Man termina sem consequências significativas, assim como a ação do irmão do Front Man, Hwang Jun-ho, que apesar de confrontar o irmão, não o mata, deixando uma sensação de anticlímax e injustiça.
O epílogo, que apresenta a vencedora do Oscar Cate Blanchett como uma nova recrutadora, é um enigma. Será uma tentativa de manter a franquia viva ou apenas uma participação especial de uma fã famosa? A incerteza sobre o futuro de Round 6, com a possibilidade de spin-offs ou continuações, reforça a ideia de que a série foi vítima do sucesso, sendo forçada a se prolongar além do seu ponto ideal. A aparição de Cate Blanchett, embora intrigante, não consegue salvar a temporada de sua fragilidade.
No entanto, como aponta o Blog do Esmael, a série ainda brilha em alguns momentos, principalmente na direção dos jogos, com Hwang Dong-hyuk mostrando sua maestria no suspense e na tensão. A dinâmica entre os jogadores, a luta pela sobrevivência e os momentos de humanidade em meio à brutalidade ainda conseguem cativar o espectador.
Em resumo, a terceira temporada de Round 6 é uma experiência irregular. Embora alguns momentos mantenham a qualidade da série, a narrativa sofre com problemas de ritmo, desenvolvimento de personagens e uma conclusão insatisfatória. A decisão de prolongar a história além do necessário prejudicou o impacto e a força da crítica social que marcou a primeira temporada. A série explora a desigualdade social de forma contundente, mas a forma como essa mensagem é apresentada nesta temporada se perde em meio a escolhas narrativas questionáveis. Apesar do espetáculo visual e da atuação de Lee Jung-jae, a temporada falha em alcançar o impacto emocional de suas antecessoras, resultando em uma conclusão decepcionante para uma série que teve um começo tão promissor. A aparição de Cate Blanchett no final instiga a especulação, mas não consegue disfarçar os problemas intrínsecos da temporada.
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