Donald Trump anunciou um acordo comercial com o Reino Unido, marcando o primeiro grande acordo bilateral desde a imposição de tarifas recíprocas em abril. Apesar do entusiasmo demonstrado por Trump, a realidade do acordo parece ser mais matizada do que a retórica sugere. Enquanto o presidente americano celebra o acordo como "completo e abrangente", consolidando a relação entre os EUA e o Reino Unido "por muitos anos", análises mais céticas apontam para um impacto menos transformador do que o prometido.
O acordo, segundo o Wall Street Journal, citando fontes do governo britânico, refere-se a um arcabouço de tratado, e não a um acordo totalmente fechado e finalizado. Detalhes específicos ainda precisam ser definidos e divulgados nos próximos dias, de acordo com o próprio Trump. As informações iniciais indicam que o acordo abrange cotas de importação, redução de tarifas e revisão de barreiras não tarifárias em vários setores, incluindo agricultura (carne, etanol e produtos agrícolas), máquinas, produtos químicos, automóveis, autopeças e aço.
Um ponto crucial é a manutenção da tarifa básica de 10% imposta pelos EUA sobre as importações de quase todos os países, incluindo o Reino Unido. Apesar da tarifa permanecer, o acordo prevê a possibilidade de reduções em situações específicas, negociadas entre as duas nações. Essa tarifa de 10%, segundo Trump, é considerada "baixa" e justificada pela necessidade de corrigir práticas comerciais consideradas abusivas no passado.
A imprensa internacional reage com opiniões divergentes. Enquanto Trump e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, celebram o acordo como um marco histórico e um grande sucesso para ambos os países, economistas como Paul Krugman expressam ceticismo, argumentando que o acordo não representará uma abertura significativa do mercado britânico aos produtos americanos, já que este mercado já era amplamente acessível antes da entrada de Trump em cena.
A notícia do acordo gerou impactos significativos nos mercados, com o Bitcoin ultrapassando a marca de US$ 100 mil em meio à especulação sobre o impacto do acordo entre EUA e Reino Unido. O acordo é visto por muitos como um movimento para diminuir a escalada da guerra tarifária iniciada por Trump, que causou grande instabilidade no comércio global, ameaçando a inflação e provocando receios de recessão. Mesmo com o acordo, a tarifa de 25% para automóveis permanece como uma possibilidade, apesar de concessões pontuais mencionadas pelo secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, em relação a cotas de importação.
Outro ponto importante a ser considerado é que, apesar do anúncio do acordo, a tarifa básica de 10% sobre as importações permanece em vigor para a maioria dos países. Isso demonstra a continuidade de uma política protecionista por parte da administração Trump, mesmo com a celebração de um acordo comercial aparentemente positivo com o Reino Unido.
Apesar de ainda haver muitas dúvidas e detalhes a serem esclarecidos, o anúncio do acordo comercial entre os EUA e o Reino Unido demonstra a complexidade das relações comerciais internacionais e a importância de analisar cuidadosamente o impacto real de tais acordos, indo além da retórica política e das declarações iniciais. Acompanharemos a evolução dos detalhes do acordo e suas consequências para as economias americana e britânica, bem como para o cenário geopolítico global.
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