A Favela do Moinho, em São Paulo, tem sido palco de intensos protestos contra a demolição de casas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), gerando confrontos com a polícia e paralisando linhas de trem. A situação, que se arrasta há semanas, envolve um complexo e delicado jogo de interesses, com moradores lutando pela sua permanência e o governo alegando necessidade de remoção para a construção de um parque.
O início da remoção, em abril de 2025, já foi marcado por tensão. O governo de São Paulo, sob a gestão de Tarcísio de Freitas, afirma que a remoção é necessária por questões de segurança, devido à proximidade das linhas de trem e à precariedade das construções. A CDHU alega estar oferecendo auxílio-aluguel e auxílio-mudança, além de moradias definitivas futuramente, contudo, a maior parte dessas unidades habitacionais ainda não está pronta, gerando enorme insegurança para os moradores. A proposta de realocação é questionada pelos moradores, que denunciam a falta de transparência e a impossibilidade de pagar as parcelas de financiamento das novas unidades.
A situação se agravou nos dias 12 e 13 de maio, com novos protestos que paralisaram a Linha 8-Diamante da ViaMobilidade por dois dias consecutivos. Os moradores, contrários à demolição das casas desocupadas, bloquearam os trilhos, utilizando fogo e entulhos, gerando grandes transtornos para os usuários do transporte público. A presença da Polícia Militar para garantir a segurança dos funcionários da CDHU durante as demolições gerou ainda mais conflitos, com relatos de feridos, incluindo crianças que inalaram gás de pimenta, e até mesmo um bebê que desmaiou. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram a tensão e a violência do confronto. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) ainda não se manifestou oficialmente sobre o número de feridos ou detidos.
O governo federal, por sua vez, autorizou as demolições, alegando a necessidade de "descaracterização das moradias vazias" para evitar novas ocupações e garantir a segurança pública. Entretanto, a decisão é duramente criticada pelos moradores e ativistas que a consideram uma violação dos direitos humanos e um ato de violência contra uma comunidade vulnerável. A área pertence à União, e a cessão do terreno para a construção do parque ainda está em processo, condicionado à garantia do direito à moradia das famílias afetadas. A falta de clareza sobre os locais e prazos de entrega das unidades habitacionais reforça as preocupações da população.
Um ponto crucial da questão reside no descumprimento de acordos, de acordo com relatos dos moradores e organizações como o Brasil de Fato. Segundo eles, houve um acordo que previa a demolição apenas das casas desocupadas, e que a CDHU iniciou a demolição de casas durante uma reunião com líderes comunitários, demonstrando uma evidente falta de respeito e transparência. O governo estadual se defende alegando que as demolições apenas atingiram casas de estrutura precária, já lacradas pela prefeitura. No entanto, a comunidade contesta essa versão, denunciando o impacto das demolições nas casas vizinhas e os riscos sanitários decorrentes dos entulhos deixados no local. A situação deixa evidente uma grande falta de comunicação e diálogo entre o governo e os moradores, exacerbando o conflito e aumentando o sofrimento de famílias que já vivem em situação de vulnerabilidade.
O caso da Favela do Moinho destaca a complexidade dos problemas urbanos e a urgência de políticas de habitação mais justas e humanizadas. A falta de diálogo, a opacidade na condução das demolições e a violência policial acirram a situação e impedem a busca por uma solução pacífica e digna para os moradores. Acompanharemos o desenvolvimento desta questão e traremos novas informações conforme forem divulgadas. Leia mais sobre o assunto em: G1, UOL, e Brasil de Fato.
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