O primeiro trimestre de 2025 trouxe resultados desafiadores para o Banco do Brasil (BBAS3), gerando preocupações e debates acalorados no mercado financeiro. Apesar da queda significativa no lucro (20,7% em relação ao mesmo período de 2024 e 23% em relação ao quarto trimestre de 2024, atingindo R$ 7,4 bilhões), a resiliência do mercado e a manutenção da fé em longo prazo na instituição financeira são pontos cruciais a serem analisados. Diversos fatores contribuíram para esse cenário, sendo a inadimplência no agronegócio e o impacto da Resolução 4.966 do Banco Central (BC) os mais relevantes.
A inadimplência, especialmente no setor agropecuário, atingiu níveis preocupantes, com taxas acima de 90 dias a 3,04%. Este aumento se deve, em parte, a um movimento de litigância predatória, onde escritórios de advocacia incentivam produtores a recorrer à recuperação judicial para reduzir custos financeiros, conforme relatado pelo CFO do BB, Geovanne Tobias. Embora a recuperação judicial "esterilize" o produtor, impedindo-o de acessar crédito, o Banco do Brasil afirma que manterá seu protagonismo no setor, apostando na recuperação dos produtores e no sucesso da safra. A CEO, Tarciana Medeiros, destaca que 80% dos inadimplentes nunca haviam se endividado antes, indicando potencial para recuperação no segundo semestre, impulsionada pelo novo Plano Safra e a safrinha. Analistas, no entanto, ponderam que a melhora na carteira agro levará tempo, impactando o lucro e os dividendos em 2025.
A Resolução 4.966 do BC, que busca adaptar as normas contábeis brasileiras ao padrão internacional IFRS 9, também exerceu forte influência nos resultados. Esta resolução, que entrou em vigor em 2025, após adiamentos devido à sua complexidade, impacta diretamente na constituição de provisões para devedores duvidosos. A mudança para o sistema de provisão por perda esperada, ao invés da perda incorrida, exigiu que o BB aumentasse significativamente suas provisões, impactando diretamente o lucro. O BB afirma que o IFRS 9 trouxe algumas peculiaridades para o mercado brasileiro, como pisos mínimos de provisão que afetam o resultado. Entenda melhor a resolução 4.966.
Apesar das dificuldades, o Banco do Brasil mantém pontos fortes que inspiram confiança no mercado, como o foco em dividendos e rentabilidade acima do custo de capital. O banco destaca o crescimento no crédito consignado privado, considerado um mercado promissor ("oceano azul"), onde já detém uma fatia considerável (40% em 2024 e meta de R$ 6 a R$ 7 bilhões até o segundo trimestre de 2025). Analistas, apesar da queda no lucro, continuam majoritariamente otimistas a longo prazo, programando um dividend yield projetado entre 7,3% e 8% para 2025. O consenso do TradeMap indica que 7 em 10 instituições recomendam compra da ação.
A queda das ações, acima de 12% na sexta-feira (16), gerou debates sobre se o cenário representa um simples tropeço ou uma mudança estrutural. Analistas divergem sobre a preponderância do impacto da Resolução 4.966 ou da inadimplência do agro, com a certeza de que o cenário ainda é incerto, requerendo uma análise mais aprofundada no decorrer do ano. A ausência de novas projeções pelo banco para 2025 adiciona mais incerteza, mas alguns especialistas enxergam a queda das ações como uma oportunidade de compra, considerando o dividend yield atrativo e o potencial de valorização futura.
Em resumo, o Banco do Brasil enfrenta desafios significativos no curto prazo, mas suas bases sólidas, o foco em dividendos e o potencial de recuperação no agronegócio, aliados ao crescimento em outras áreas como o crédito consignado, indicam que a instituição mantém atratividade para investidores de longo prazo. A questão crucial permanece: será que este é apenas um tropeço, ou uma mudança estrutural no cenário do Banco do Brasil? O tempo dirá.
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