A segunda temporada de "The Last of Us" culminou em um final de tirar o fôlego, repleto de reviravoltas e momentos cruciais que deixaram os fãs à beira de seus assentos. O episódio final, analisado por diversas fontes como a IGN (IGN Review) e a Variety (Variety Article), apresenta uma Ellie devastada pela perda e obcecada por vingança, aprofundando-se em sua jornada de autodescoberta e consequências de suas ações.
A busca implacável de Ellie por Abby, a mulher que matou Joel, a leva a cometer atos impensáveis. A morte de Mel, acidentalmente causada por Ellie, é um ponto crucial, revelando a profundidade de sua desesperação e a perda completa de sua inocência. Este momento, embora chocante, é criticado por alguns por diminuir o impacto da violência em sua busca por vingança, tornando-a mais vítima do que vilã. A rapidez com que a narrativa se desenvolve nesse ponto é apontada como uma falha, impedindo que o público absorva completamente a gravidade da situação.
A dinâmica entre Ellie, Dina e Jesse no início do episódio é elogiada pela sua intensidade emocional e pelos diálogos sinceros. Jesse, apesar de sua juventude, demonstra maturidade e tenta frear Ellie, mas seus conselhos caem em ouvidos surdos, demonstrando a força avassaladora da dor e da raiva que a consomem. Bella Ramsey entrega uma performance excepcional, capturando a fragilidade e a ferocidade de Ellie com maestria.
Entretanto, o ritmo frenético do episódio é um ponto de controvérsia. A narrativa salta entre diferentes locais e personagens, criando uma sensação de confusão e impedindo uma imersão plena na emoção dos momentos. A introdução de novos personagens e situações no final, como o confronto com os Seraphites e a fuga de Ellie, são vistos como elementos jogados na trama de forma apresada, minimizando seu impacto.
A revelação final, a mudança de foco para Abby, é um espelho direto do jogo "The Last of Us Part II", causando impacto semelhante. Essa reviravolta narrativa, apesar de polêmica, é defendida pelos criadores como uma decisão estratégica para manter a fidelidade à obra original, e para explorar a complexidade das motivações de Abby e a construção de uma empatia radical pelo público. A decisão de não intercalar as perspectivas de Ellie e Abby ao longo da temporada é analisada com cautela, considerando o risco de alienar os espectadores.
Os criadores Craig Mazin e Neil Druckmann, em entrevista à Variety, clarificaram que a história de Ellie continuará na terceira temporada, embora com uma presença menor na tela. Bella Ramsey confirmou essa expectativa, explicando que sua personagem terá um papel mais reduzido. Por outro lado, a expectativa é de que as origens dos Seraphites e da WLF sejam finalmente esclarecidas na próxima temporada, respondendo a perguntas deixadas em aberto.
A introdução do pai de Joel no sexto episódio, Javier Miller, interpretado por Tony Dalton, oferece uma nova perspectiva sobre a formação de Joel e suas escolhas. Essa sequência de flashbacks revela a violência presente em sua infância e como esse passado moldou sua personalidade. Essa exploração do trauma geracional e da busca por reparação são temas centrais nesse arco, lançando luz sobre as motivações de Joel e a herança de suas ações. A inclusão de Tony Dalton no jogo "Intergalactic: The Heretic Prophet" é um detalhe curioso, demonstrando a sinergia criativa entre o trabalho da série e dos jogos.
Em resumo, o final da segunda temporada de "The Last of Us" é um episódio complexo e polarizador, marcado por momentos de alta tensão emocional e decisões narrativas questionáveis. Apesar das críticas em relação ao ritmo acelerado e à minimização do impacto de algumas cenas, a performance excepcional dos atores e a ambiciosa narrativa que busca explorar a complexidade moral dos personagens continuam a cativar os fãs, gerando grande expectativa para a terceira temporada.
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